Hospam é acusado de expulsar paciente surtado em ST
Foto: Celso Garcia/Farol de Notícias

Publicado às 04h55 desta quinta-feira (27)

A serra-talhadense Maria da Penha Melo, 58 anos, buscou o Farol nesta quarta-feira (26) para denunciar o descaso da equipe médica do Hospital Agamenon Magalhães (Hospam) que segundo ela, colocou para fora do hospital, na madrugada, seu sobrinho que estava em surto psiquiátrico e completamente dopado.

Maria da Penha relatou que o sobrinho é diagnosticado com esquizofrenia e que fazia quatro dias que estava em crise por falta de remédios. Os familiares acionaram a policia e o SAMU na noite do dia 25 e conseguiram levar o rapaz, de 29 anos, ao Hospam.

Entretanto, Maria da Penha afirma que durante o atendimento o hospital não seguiu o procedimento, de aguardar a vaga na clínica psiquiátrica para enviar o paciente e que ele foi expulso  da internação no meio da madrugada, tendo por companhia apenas seu pai que no momento não tinha dinheiro para pagar um transporte e teve que ir a pé até o final do bairro Ipsep com o filho.

”Uma enfermeira explicou a minha irmã que ele [meu sobrinho] iria ser liberado porque a equipe médica decidiu  que liberaria pois ele representava um perigo para os outros pacientes. Ele é meio inquieto, mas ele não faz mal a ninguém. Na verdade, ele nunca fez. O procedimento não é esse, quando o paciente surta fica no Hospam porque tem leitos para quem tem transtornos até que consiga a vaga numa clínica” explicou a mulher.

PRONTUÁRIO CONSTA QUE PACIENTE FUGIU

Maria da Penha ainda informou que foi até o hospital para entender a situação e que quando teve acesso ao prontuário do rapaz, notou que a equipe tinha justificado a saída do rapaz  como uma ”fuga”, o que não aconteceu, pois a liberação dele, no meio da madrugada, no meio de um surto, foi assinada pelo médico responsável.

Constatada esta manobra utilizada pelo hospital, a autônoma declarou que iria procurar os meios legais, quando uma das funcionarias do hospital alertou que não adiantava denunciar, pois nada se resolvia e que outras denúncias já foram feitas e continua a mesma coisa.

“Não era para ele sair de lá. Ele só podia sair de lá quando tivesse a vaga. Inclusive era para própria ambulância do Hospam levar, como aconteceu das outras vezes. Foi omissão por parte deles” finalizou Maria da Penha.

O OUTRO LADO

À redação do Farol, Leonardo Carvalho, diretor do Hospital Professor Agamenon Magalhães informou que irá averiguar como tudo aconteceu e que se a denúncia proceder irá tomar as medidas cabíveis.

“A gente sempre solicita a vaga quando é um paciente com transtorno e  que precisa ficar internado. Ele fica em observação e então a gente solicita a vaga ao Hospital Irmã Dulce. Os pacientes precisam sair do surto justamente para que a gente possa fazer a os procedimentos adequados. Então a gente nunca manda o paciente ir embora. Se isso aconteceu, pode ter certeza que a gente vai responsabilizar quem fez isso. Eu não corroboro com esse tipo de conduta. A gente tem ambulância; o serviço social poderia ter acionado a ambulância para poder levar o paciente em casa. Mas eu vou averiguar e vou chamar a equipe de ontem à noite para poder esclarecer tudo isso” afirmou.