imigrantesImigrantes e refugiados estão sendo libertados de centros de detenção na Grécia, mas continuam retidos em suas ilhas até que seus pedidos de asilo sejam processados, ficando expostos a péssimas condições de vida e até mesmo ao risco de ser vítimas de traficantes de pessoas, alertaram grupos de direitos humanos.

Pelo menos 1.100 pessoas foram soltas de centros em três ilhas e outras as seguirão, à medida que seu período de 25 dias de detenção chegar ao fim, disseram autoridades da polícia. Elas estão proibidas de viajar à Grécia continental, onde se localiza a maioria dos abrigos administrados pelo governo.

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Cerca de 8 mil pessoas, a maioria fugindo da guerra civil da Síria, chegaram da Turquia pelo mar desde março, e estão detidos em conformidade com o acordo da União Europeia com Ancara, concebido para fechar a principal rota de acesso à Europa usada por mais de um milhão de pessoas desde 2015.

Segundo o acordo, aqueles que não pedirem asilo na Grécia – e os que forem rejeitados – serão enviados de volta à Turquia. Os pedidos de asilo estão se acumulando, e as decisões podem levar semanas. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou que está apoiando esforços de Atenas para criação de novos espaços.

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“Todas as partes estão trabalhando muito duro para atender as necessidades dos seres humanos presentes nas ilhas gregas”, afirmou Chris Boian, porta-voz da entidade na Grécia. Indagado se as pessoas retidas nas ilhas estão vulneráveis a traficantes de pessoas que se oferecem para levá-las ao continente, Boian respondeu:

“O risco existe, e esta é uma das razões pelas quais o Acnur advoga o acesso total ao asilo, à expansão dos serviços de asilo e a canais alternativos de entrada legal (na Europa)”.

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Grupos de direitos humanos alegaram que o governo não está fazendo o suficiente para providenciar abrigo e assistência médica aos postulantes a asilo enquanto eles esperam. Na ilha de Lesbos, muitos vão para uma instalação da prefeitura a céu aberto. Aqueles que podem se hospedam em hotéis. Outros dormem ao relento.

Do Reuters