Rogério LeãoFotos: Alejandro García/Farol

O FAROL aproveitou a visita do deputado estadual Rogério Leão (PR) ao Bloco das Lacraias, no último fim de semana, e entrevistou o parlamentar a fim de saber dos planos e projetos de Leão para Serra Talhada. Entre as pautas, Rogério comenta acerca da ausência de um IML (Instituto Médico Legal) na cidade.

Eleito o segundo deputado estadual mais votado na Capital do Xaxado, com 6.137, Leão fala ainda de suas prioridades para este primeiro ano de mandato e as dificuldades que o esperam ao longo dos próximos quatro anos. Confira!

FAROL: Deputado, nós queríamos que o senhor fizesse uma avaliação desse primeiro mês de mandato da sua primeira legislatura?

Deputado Rogério Leão: A avaliação é bastante positiva. Como todo mundo sabe no primeiro mandato a gente tem que aprender muita coisa. Eu tenho a experiência do poder Executivo, que é uma experiência totalmente diferente do poder Legislativo, mas tive a sorte e também a ajuda dos companheiros de partido para ser o representante do PR. Nós temos três deputados na casa, que é o deputado Alberto Feitosa, o deputado Henrique Queiroz e eu, e eu fui escolhido dos três para ser o representante do partido na mesa da Assembleia, porque eu sou o suplente.

Tive 44 votos dos 49 possíveis, então já é uma coisa que me deixou bastante honrado de entrar na Assembleia já ocupando um espaço na mesa. A mesa tem 7 cargos fixo e mais 4 suplentes e nós assumimos a segunda suplência. Além disso, assumimos a presidência da Comissão de Assuntos Municipais, que é uma das comissões mais importantes da Assembleia. Uma das, porque tem outras comissões muito importantes, mas é uma comissão muito importante. É uma comissão que cuida, entre outras coisas, da fusão, da criação, do desmembramento dos municípios; que cuida da questão dos convênios com o governo do Estado. É uma comissão bastante ampla.

Agora mesmo já vamos ter uma polêmica, porque tem a questão do aumento da região metropolitana do Recife. A região metropolitana hoje tem 14 municípios e tem um projeto ampliando a região metropolitana do Recife para 18 municípios.

Então, são muitas coisas. Nós vamos ter que estudar tudo isso, a Comissão é formada pelos deputados Odacy Amorim, tinha sido presidente e é um deputado experiente, foi prefeito de Petrolina; a ex-vereadora e agora deputada, Priscila Krause, a deputada Socorro Pimentel e o deputado João Eudes, que é o ex-prefeito de Pesqueira. Então, eu estou bastante satisfeito, é uma responsabilidade muito grande ter sido escolhido como representante do partido na mesa, além disso assumi a presidência de uma das comissões mais importantes da Assembleia. Muita responsabilidade para quem está assumindo o cargo pela primeira vez.

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FAROL: O senhor falou que está pegando uma polêmica na região metropolitana, mas pode ser que pegue uma polêmica aqui na região do Pajeú também. A história, que na legislatura passada foi colocada, a emancipação de Bom Nome e Carmo, distritos de Belmonte e Fátima, lá em Flores. Polêmico por polêmico o senhor vai alimentar o debate em torno desses distritos ou vai esperar o tempo certo para discutir?

 R.L.: Veja, tem uma lei federal, que foi uma lei aprovada pelo congresso que chama vetor e era uma lei já bastante rígida, por outra lei mais rigorosa ainda quando se trata da questão da emancipação. Em tese, eu sou a favor das emancipações e de que os municípios tenham as condições de serem emancipados. E também obedeça a legislação federal que são, se não me engano, aqui no Nordeste, 12 mil habitantes.

Então, são condições bastante rígidas para que um município seja emancipado. Agora, em tese, nós temos uma postura favorável porque, por exemplo, o caso de Mirandiba, que pertencia a Belmonte, e hoje é uma cidade que cresce de maneira bastante significativa e que se continuasse pertencendo a Belmonte não estaria na posição que está.

Agora, todas essas questões precisam ser estudadas, é uma discussão muito grande, na questão da criação de cargos e tal e é uma discussão que nós vamos travar com toda tranquilidade e sem ter medo, colocando a verdade e nossas opiniões com clareza. Se houver condições vamos defender a emancipação, quando não tiver não vai ser possível.

FAROL: Quais serão as prioridades do deputado Rogério Leão nesse primeiro semestre?

R.L.: Veja, eu tive mais de 44 mil votos, sou o segundo deputado mais votado do Pajeú, então, entre outras coisas a gente tem que cuidar com muita atenção dessa questão do semiárido, a questão da água do semiárido. Projetos que possam, efetivamente, trazer o desenvolvimento para o Sertão de Pernambuco, que já foi iniciado no governo Eduardo Campos dando essa diferença de ICMS para as empresas que se instalassem no Sertão de Pernambuco. E essa política tem que ser uma política mais agressiva ainda e foi feita, porque de qualquer maneira não tivemos resultados muito significativos.

Houve avanços, houve sim. Por exemplo, em Vitória de Santo Antão, grandes fábricas se instalaram em Vitória de Santo Antão, mas a cidade fica a 50Km de Recife, é uma cidade quase da região metropolitana. Então, o que efetivamente, nós vamos defender que essa política seja uma política mais agressiva para trazer o desenvolvimento para o Sertão.

Outra coisa que eu me esqueci de falar é que nós somos membro titular da comissão de Desenvolvimento Econômico, além de ser presidente da comissão de Negócios Municipais. Essa é uma comissão que trata, entre outras coisas, disso aí. Então, vamos defender isso e disse lá no dia da primeira reunião que fui chamado, e o presidente da comissão, o deputado Aluísio Lessa, que nós íamos pleitear nessa comissão, era efetivamente isso.

FAROL: Puxando o foco para Serra Talhada, porque o senhor foi bem votado na Capital do Xaxado. O senhor rompeu o preconceito porque quiseram lhe classificar de forasteiro, o senhor conseguiu vencer a barreira desse preconceito e foram 6.137 votos. Com relação a Serra Talhada quais serão as prioridades ao longo desse ano de 2015 para o deputado Rogério Leão?

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R.L.: Olhe, o governador Paulo Câmara colocou algumas propostas de campanha que foi compromisso com Serra Talhada. Primeira coisa nós vamos cobrar do governador, que efetivamente essas promessas de campanha sejam realizadas. A questão da construção do Hospital Regional; a questão da PE-414, que vai ligar a BR-232 ao distrito de Bernardo Vieira; De que maneira efetiva, voltando a falar do desenvolvimento econômico, nós podemos efetivamente tirar do papel o distrito industrial de Serra Talhada; a questão do aeroporto regional de Serra Talhada; a questão do IML é importantíssima, hoje é um absurdo uma pessoa morre e fica aí praticamente jogado para depois ser levado para Caruaru.

Eu vou colocar isso com muita clareza na Assembleia. E eu volto que o papel do deputado é diferente, não é o papel do executivo. Ter a caneta na mão, e quando tomar aquela decisão resolve fazer e quando tem condições financeiras faz. O papel do deputado é cobrar, pedir, fiscalizar e isso tudo nós vamos fazer. Nós vamos cobrar do governador as promessas que foram feitas em campanha e vamos tratar e defender os interesses de Serra Talhada com muita força.

Apesar de eu ter sido o segundo mais votado de Serra Talhada, eu sou o deputado da base do governo que foi majoritário. Tive 6.137 votos, sou da base do governo, então eu sou o deputado majoritário de Serra Talhada. Então, nós vamos defender os interesses de Serra Talhada, assim como vamos defender os interesses do Sertão. Como eu falei fui o mais votado do Sertão Central e o segundo mais votado do Pajeú, perdi apenas por 800 votos para o deputado Ângelo Ferreira.

FAROL: Ainda tendo como foco Serra Talhada, conversamos hoje com o advogado Waldemar Oliveira e há uma discussão com relação à nomeação dos cargos em Serra Talhada: Hemope, Hospam, Geres e o advogado me falava que tinha que passar pelo crivo dos deputados votados, o senhor citou seu nome, mas não citou Sebastião Oliveira.

O senhor vai participar dessa discussão da distribuição dos cargos? Te algum nome para indicar? Tem algum interesse em participar em algum órgão aqui na cidade?

R.L.: Sem dúvida nenhuma. Sem dúvida nenhuma que nós vamos ser chamados, inclusive já procurei o secretário da Casa Civil, Antônio Figueira, e coloquei para ele a minha disposição e a vontade de dialogar e saber que espaço, efetivamente, nós como representantes do PR, que sendo o deputado majoritário do governo, tive 6.137 votos. Sebastião teve 18 mil votos. Então, de que espaço, nós o grupo de Inocêncio, de Sebastião, vamos ocupar no governo.

Reconhecemos que tem outros espaços que precisam ser ocupados por outros companheiros, que não são do PR, mas que marcharam juntos com o governador Paulo Câmara, esses espaços a gente compreende que também esses companheiros não votaram na gente, mas tem esse espaço junto com o governador. Vão ter que ocupar espaço também, agora de uma maneira geral, para que as coisas funcionem de maneira correta, tem que ser na dimensão da votação. No que a gente representou na votação da cidade, da escolha da população da cidade.

Então, eu conversei isso com o secretário Antônio Figueira, e ele disse que agora, a partir da segunda quinzena de fevereiro, ia ser dado esse start até o final do mês, da questão da ocupação dos cargos. E nós íamos ser chamados sim. Ia começar a discussão a partir da segunda quinzena de fevereiro, pode ser que preencha agora, na próxima semana.

Pode ser que vá para março, não significa especificamente só Serra Talhada. Vai ser discutido o conjunto todo do estado e não é coisa muito simplesinha assim, foi majoritário indica todos os cargos, não. Tem que ser levado em consideração uma série de fatores, como eu já falei. Quem votou, quem não votou, que apoiou o governador, quem não apoiou, a capacidade técnica para ocupar os cargos, tem que ser levado em consideração.

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FAROL: Não podíamos terminar essa entrevista sem falar de São José do Belmonte, a sua terra de coração O deputado tem uma relação muito íntima com Belmonte, quais são os planos para a cidade? Principalmente, porque o senhor tem um aliado lá que é o prefeito Marcelo Pereira, e deve estar aí no seu pé pedindo ajuda para esse ano.

 R.L.: É, realmente eu sou aliado do prefeito Marcelo Pereira, o prefeito está fazendo uma administração muito boa. Tem algumas dificuldades políticas, mas é natural do processo, mas administrativamente está bem. Inclusive estive com ele hoje em Recife, estamos marcando uma série de audiências com os secretários da Educação, o secretário de Agricultura, o presidente da Compesa. Levando o prefeito em alguns lugares para que a gente consiga algumas coisas para Belmonte.

Tem uma obra que eu refuto a maior importância, que é a duplicação da entrada de Belmonte. É uma obra que nós fizemos desde a época que eu era prefeito. Nós fizemos o projeto para duplicar a entrada, em função da quantidade de acidentes que ocorre. Eu não sei se você lembra, mas o cemitério de Belmonte é ali na entrada, e quando ocorre alguma morte as pessoas vêm fazendo o cortejo em cima da pista, um risco enorme de acidentes.

Um dos maiores colégios do município, que é o colégio estadual Valmir Campos Bezerra, que também fica às margens da Pe-430 e esses alunos quando são dispensados da aula sai aquela multidão andando também em cima da pista. E já houve vários acidentes e agora vai ser ampliado esse risco, porque está sendo construída a escola técnica. Nós conseguimos na época que era prefeito e o prefeito Marcelo Pereira vai inaugurar esse ano, o governador estará presente, se Deus quiser, já confirmou que vai está presente na inauguração da escola técnica.

Então, esse risco vai ser ampliado, porque a escola fica às margens da PE e essa PE praticamente não tem asfalto. É uma obra muito importante, que vai além da questão de minimizar os acidentes, tem a questão da beleza, que vai realmente ficar o projeto. É desde a minha gestão, e o projeto vai ficar muito bonito. Muda toda a finalização da entrada da cidade. A entrada já é bonita, toda arborizada. E muda totalmente a questão da iluminação, com ciclofaixa. É uma coisa muito importante, e eu refuto é uma obra da maior importância, mais de 10 milhões de reais e essa obra deve sair do papel.

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