Do Diario de Pernambuco

Foto: HANDOUT / Indonesian National Board for Disaster Management (BNPB) / AFP)

No leste da ilha indonésia de Flores, muitas casas, estradas e pontes estavam cobertas de lama, o que complicava a tarefa das equipes de resgate que tentavam chegar aos locais mais afetados.

“A lama e as condições meteorológicas constituem um grande desafio, assim como os escombros que se acumulam e dificultam as buscas”, afirmou Raditya Djati, porta-voz da agência indonésia de gestão de catástrofes.

Em Lembata, uma ilha situada entre Flores e Timor Leste, o acesso por estrada foi bloqueado, o que obrigou as autoridades a utilizar máquinas pesadas para reabrir as vias. Partes de alguns vilarejos foram arrastados em direção à costa devido aos deslizamentos de terra.

Basir Langoday, um habitante da ilha, disse que ouviu gritos de socorro em uma casa coberta de escombros.

“Havia quatro pessoas dentro da casa. Três sobreviveram, mas não a última”, afirmou.

Basir Langoday e outros vizinhos afirmaram que fizeram todo o possível para salvar o homem. “Ele gritava: mais rápido, não aguento mais”.

Medicamentos e comida

O presidente indonésio, Joko Widodo, expressou “pêsames”.

“Compreendo a imensa dor de nossos irmãos e irmãs depois desta catástrofe”, afirmou em um discurso à nação.

Nas áreas afetadas, os moradores correram para os centros de abrigo. Outros permaneceram perto dos escombros de suas casas.

“As pessoas se dispersaram por todos os lados, há centenas delas em todos os distritos, mas muitas pessoas também ficaram em suas casas”, explicou Alfons Hada Bethan, diretor da agência de gestão de catástrofes de Flores Leste. “Elas precisam de medicamentos, comida, cobertores”.

As chuvas dificultam os trabalhos de resgate. “Acreditamos que ainda há muitas pessoas sepultadas, mas não sabemos quantas”, disse.

Os deslizamentos de terra e as cheias repentinas são frequentes no arquipélago da Indonésia, sobretudo durante a temporada das chuvas. Os ativistas do meio ambiente afirmam que o desmatamento favorece as catástrofes.

Em janeiro, 40 indonésios morreram nas inundações na cidade de Sumedang, em Java Oeste.

A agência nacional de gestão de catástrofes calcula que 125 milhões de indonésios, o que representa quase metade da população do arquipélago, vivem em regiões com risco de deslizamento de terra.