Da CNN Brasil

Investigadores continuam analisando “quaisquer e todos os motivos possíveis” para a explosão registrada em Nashville, nos Estados Unidos, após as autoridades identificarem o homem-bomba como Anthony Quinn Warner.

A explosão na manhã do dia de Natal, que aconteceu no centro da cidade, deixou ao menos três pessoas feridas e danificou mais de 40 edifícios.

Os investigadores disseram que o trailer envolvido no caso emitia um aviso em voz feminina para esvaziar a área e uma contagem regressiva.

Após serem informados sobre esse alerta, os policiais de Nashville rapidamente entraram em ação, batendo de porta em porta e retirando moradores da região. O prefeito John Cooper disse que essa ação evitou que muitas pessoas se ferissem gravemente.

Os investigadores estão analisando “quaisquer e todos os motivos possíveis”, afirmou Doug Korneski, agente especial do Departamento Federal de Investigação dos EUA (FBI, em inglês) encarregado do gabinete de Memphis, durante uma entrevista coletiva nesse domingo (27).

Warner era recluso, segundo vizinho

Steve Schmoldt é vizinho de Warner desde 2001, e a mulher de Schmoldt mora na casa desde 1995. “Ele morou lá por muito tempo e meio que se fechava”, contou Schmoldt à CNN. “Tudo que sabíamos era que ele se chamava Tony. Era um tipo de eremita.”

Segundo o vizinho, Warner interagia somente acenando do outro lado da cerca. Na noite de sexta-feira (25), Schmoldt disse que ele e a mulher notaram caminhões da polícia em frente à casa de Warner. Quando o casal se sentou para tomar café da manhã no sábado (26), a mulher dele afirmou que viu o que parecia ser um esquadrão da unidade Armas e Táticas Especiais (SWAT, em inglês).

Um trailer visto no Google Street View na casa de Warner parece ser o mesmo sobre o qual os policiais pediam informações à população. “Ele o tinha há muito tempo”, contou Schmoldt. “Algumas vezes ficava na entrada da casa. Outras vezes ficava no quintal.”

Consultor de informática

Steve Fridrich, da imobiliária Fridrich & Clark, disse que contratou Warner como um consultor de informática, no formato de contratante independente, por muitos anos. Em um comunicado, Fridrich afirmou que Warner era uma “boa pessoa” e que este falou recentemente que iria se aposentar. Fridrich também disse que quando soube que Warner era o suspeito pelo bombardeio, notificou as autoridades sobre o trabalho que ele prestou à empresa.

“Tony Warner nunca foi um funcionário de nossa companhia, mas eventualmente vinha à empresa para consertar nossos computadores. Mais cedo neste mês, ele nos disse que iria se aposentar e a Fridrich & Clark não teve contato com ele desde então”, contou.

“Ao saber que Tony era suspeito pelo bombardeio na manhã de Natal, a Fridrich & Clark informou as autoridades sobre os serviços de informática que ele prestou à nossa firma. O Tony Warner que conhecíamos é uma boa pessoa que nunca mostrou qualquer comportamento que fosse menos do que profissional.”

Warner foi identificado como homem-bomba em 48 horas

Questionado se Warner estava no radar das autoridades, o diretor do Departamento de Investigações do Tennessee, David Rausch, respondeu: “Não, ele não estava”.

Mesmo sem qualquer informação sobre Warner, os investigadores conseguiram rapidamente reunir detalhes importantes sobre o caso. Em 48 horas, eles identificaram Warner, de 63 anos, usando o DNA dos restos mortais encontrados no local da explosão e o comparando com um membro da família do suspeito.

“Anthony Quinn Warner é o homem-bomba. Ele estava presente quando a bomba explodiu”, disse o promotor Don Cochran no domingo, acrescentando que Warner “morreu na explosão”. Não há indícios de que havia qualquer outra pessoa envolvida.

A CNN tentou entrar em contato com parentes de Warner, mas não teve retorno.

Motivações ainda são desconhecidas
Apesar de alguns fatos sobre a explosão já terem sido esclarecidos, as reais motivações de Warner ainda são desconhecidas. Questionado sobre uma suposta paranoia do suspeito com relação à tecnologia 5G, Doug Korneski respondeu: “Não estamos em posição de especular sobre isso agora”.

Ele disse que não poderia confirmar se o caso é considerado terrorismo doméstico, mas ressaltou que quando o FBI “determina um evento para o nexo de terrorismo doméstico, ele deve estar vinculado a uma ideologia”.

“É o uso da força ou da violência para promover uma ideologia social política, e ainda não chegamos a isso”, disse ele.