Publicado às 06h48 desta quinta-feira (1)

Por Giovanni Sá, editor-geral do Farol

Meus caros amigos a cada capítulo iniciado pela CPI do Genocídio, que investiga, entre outras coisas, a omissão do governo Bolsonaro diante quase 520 mil vidas de brasileiros ceifadas pela Covid-19, novas surpresas acontecem e nos deixam boquiabertos quando a verdade vem à tona. Além de receitar a cloroquina, remédio ineficaz para o combate ao vírus, agora o governo está sob suspeita de formação de uma grande rede de corrupção instalada no Ministério da Saúde, que está recheado de militares nomeados pelo presidente, que é uma espécie de ‘cheira coturnos’

A novidade é o escândalo da propina de 1 dólar. Confesso que minha memória afetiva ‘ressuscitou’ o lendário filme de faroeste ‘O Dólar Furado’. Vocês Lembram? Ringo e o dólar furado. Mas o dólar do governo Bolsonaro é diferente, é por cada dose de vacina.

Em reportagem da jornalista Constança Rezende, publicada na Folha de S. Paulo, o representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, denunciou que o chefe de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, pediu propina de US$ 1 por dose de vacinas da AstraZeneca que seriam vendidas por sua empresa. A negociação tinha como objeto 400 milhões de doses do imunizante. Depois da revelação, Dias foi exonerado ontem à noite. Mas segundo a imprensa, desde o mês de outubro do ano passado, o general Pazuello e o próprio presidente sabiam das traquinagens do servidor. Nada foi feito.

Quanto mais se mexe neste caldeirão, mas fede. Ontem (30), o empresário Wizzard, do Gabinete Paralelo, e um excremento de ser humano, que postou vídeos nas redes sociais rindo da desgraça humana, preferiu ficar em silêncio por mais de 70 vezes que foi inquerido, o que acabou revoltando o senador Renan Calheiros, presidente da CPI: “Os machões da Internet quando chegam aqui silenciam”, sapecou.

Ainda tem muita lama por debaixo do tapete. Mas até tu, Bolsonaro, que foi eleito sob o foco de combate a corrupção? Dizer que não sabia é mais uma peça de ficção, como o filme de faroeste. Enquanto o discurso bolsonarista vai para o ralo, os machões da internet silenciam. Quem diria!