Da Revista Forum
Noemi M.C., de 19 anos, enviou uma carta à Defensoria Pública da Bolívia nesta sexta-feira (21) denunciando que foi vítima de assédio por parte da força policial da ditadura boliviana com o objetivo de forjar uma acusação de estupro e pedofilia contra o ex-presidente Evo Morales.
“Eu fui vítima de assédio policial, eram vários policiais que em todos os momentos me chamavam de mentirosa, me insultavam, diziam palavrões, riam de mim, me diziam: ‘Diga que você é a garota de Evo, que você viajou para o México e Argentina’”, diz em trecho da carta revelada pelo diário Página Siete.
“Me diziam que se eu não dissesse tudo que eles queriam, iam me processar por sedição e terrorismo. Me obrigaram a depôr sob pressão, sem advogado, somente os agentes e a polícia. Nesse momento, me senti muito mal, ameaçada e assediada; chorei muito de impotência, em todo momento eles me diziam que iam me enviar à prisão em La Paz como fizeram com minha irmã”, detalha.
No documento, Noemi destrincha uma série de detenções ilegais e agressões promovidas por parte de agentes de segurança contra ela e suas irmãs. Segundo a jovem, os policiais sequestraram seu telefone celular sem seu consentimento.
“Tenho muito medo do que pode passar com minha família, minhas irmãs e comigo – uma presa ilegalmente e outra sofrendo comigo a perseguição e a intimidação da polícia contra mim e contra a minha família permanentemente. Nossas vidas correm perigo, não posso ir à justiça, nem mesmo à polícia ou à imprensa porque sou vítima de suas calúnias sem consideração humana”, disse à defensora.
A Defensoria Pública confirmou ao Página Siete que recebeu uma carta de Noemi e que vai investigar o relato.