Da ISTOÉ

Foto: AFP

De acordo com a investigação, o FBI “ocultou” vários documentos envolvendo outros suspeitos, assim como a presença de agentes infiltrados no salão no momento do tiroteio.

Uma testemunha confirmou aos investigadores da equipe de Vance o que Muhammad Aziz sempre afirmou: que ele estava em sua casa no momento do assassinato.

Além disso, um jornalista do Daily News havia recebido uma ligação na mesma manhã anunciando que Malcolm X seria assassinado, noticiou o The New York Times na véspera.

Essas revelações relançam a tese do papel obscuro desempenhado pelo FBI e a Polícia de Nova York na época, alimentada por uma carta póstuma de um policial em fevereiro de 2021. Ele contou que havia se infiltrado, por ordem de seus superiores, no entorno de Malcolm X e armado uma armadilha para dois guarda-costas, detidos dias antes da morte, para enfraquecer a segurança do ativista.

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Na época de seu assassinato, Malcolm X, de 39 anos, uma figura radical do movimento negro acusada por seus detratores de incitar a violência e o separatismo, havia deixado a Nação do Islã e abraçado um discurso mais moderado.

Ele vinha sendo ameaçado por membros de seu antigo grupo e sua casa no bairro nova-iorquino de Queens havia sido alvo de um ataque alguns dias antes.

O assassinato de Malcolm X abalou os Estados Unidos e simbolizou as tensões políticas e sociais no país nos anos 1960, marcadas também pelo assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963 e de outra grande personalidade da defesa dos direitos civis, Martin Luther King, em 1968.