Publicado às 19h41 desta terça (11)

OPINIÃO

Por Paulo César, analista político e colunista do Farol

Quase tudo é permitido na democracia, até mesmo juntar água e óleo no mesmo recipiente, mesmo que os dois líquidos não se tornem uma fórmula homogênea.

Pois bem, colocar Lula e Raquel Lyra na mesma chapa é o mesmo que tentar juntar água e o óleo, uma chapa que nesse contexto não dá certo, essa é uma das maiores contradições já vista na cidade, é o que muitos estudiosos defendem como um “contrabando político”.

No momento em que Lula disputa a sua campanha mais dura e precisa de aliados fiéis, apoiar Raquel Lyra, que está aliada aos bolsonaristas, pode resultar em um tiro no pé para seguidores do ex-presidente. Raquel pode não admitir publicamente, mas ela sabe que a sua campanha virou uma trincheira para os bolsonaristas.

Você pode não votar em Marília Arraes, o que é um direito, mas jamais poderá dizer que ela é a candidata de Jair Messias Bolsonaro. O mesmo não pode ser dito de Raquel, que jamais poderá ser chamada de candidata de Lula, mas poderá, indiretamente, ser rotulada como uma alternativa ao Bolsonarismo.

O pior de tudo é a tentativa de se maquiar as coisas, de vender gato por lebre, de dourar a pílula para que a população no final acabe se confundindo na hora de votar. Essa campanha tem aberto um espaço em demasia para os que gostam de brincar de ‘kamikaze’.

Esses ‘Kamikazes’ vão levar um grupo que foi construído de forma sólida, mas que, no entanto, está caminhando para um buraco sem fim. Quem defende apaixonadamente Raquel Lyra em Serra Talhada deveria tirar a fantasia de Lula e vestir a de Bolsonaro. Que o futuro reserve boas energias e lucidez para os que praticam a boa política em Serra Talhada!