fernando-bezerra-coelhoA Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou nesta quinta-feira (12), um inquérito contra o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) para apurar suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. O senador é citado nos depoimentos dos delatores da Operação Lava-Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Nos depoimentos, o nome de Bezerra aparece como representante do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Bezerra foi ministro da Integração Nacional no início do primeiro governo Dilma, permanecendo no cargo até o final de 2013.

Com o pedido, sobe para 50 o número de investigados no STF por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras (com o ex-ministro Antonio Palocci, que teve o processo enviado à Justiça do Paraná com recomendação de abertura de inquérito naquele foro, o total chega a 51) . Segundo a PGR, por um “erro processual” o material não foi enviado junto com os demais, no dia 3 de março, ao ministro Teori Zavascki.

Em depoimento prestado à Polícia Federal, Costa disse ter sido procurado por Bezerra em 2010 para o recebimento de propina no valor de R$ 20 milhões, que seria destinado à campanha de Campos à reeleição do governo de Pernambuco. À época, Bezerra era secretário de Desenvolvimento de Pernambuco e dirigente do Porto de Suape, complexo industrial onde está instalada a Refinaria Abreu e Lima. Campos morreu em acidente aéreo em agosto do ano passado em meio à campanha pela presidência da República.

Resposta
Por meio de nota, o senador afirmou que recebeu “com perplexidade” a inclusão do seu nome na lista de políticos investigados. “Praticamente uma semana após o pedido de abertura de investigação ao STF, o nome de Fernando é tardiamente relacionado na lista, quando o Ministério Público Federal já havia concluído esta etapa”, afirma o documento.

O parlamentar reiterou que “não conhece e nem teve contato com o Sr. Alberto Yousseff, como confirma o próprio depoimento do doleiro” e que, em 2010, não ocupou nenhum cargo de coordenação na campanha de reeleição do ex-governador Eduardo Campos. Na nota, o socialista afirma que os contatos com ex-diretor de abastecimento e refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, “foram estritamente institucionais” e que a “generalidade da referência ao nome (do senador) não converge para uma circunstância mínima capaz de justificar a abertura de investigação”.

Por fim, a nota informa que o senador está “tranquilo e preparado para responder a todos os questionamentos necessários e colaborar com a Justiça”. Além disso, o senador informa que “ao final das investigações irá provar sua inocência”.

(Diário de Pernambuco)