Por Giovanni Sá, editor do Farol

Publicado às 06h38 deste domingo (31)

Acordei na madrugada deste domingo, como sempre faço às 04h, e ao clarear, vi a nossa serra, talhada pela natureza, ‘cachimbando’, como costumamos dizer por aqui.

Pra quem não sabe, é a montanha cercada por uma mansa névoa, que aos poucos se dissipa à luz do dia. Logo em seguida, me veio lembranças da infância em tempos chuvosos. Até agora, só fazemos leitura da chuva em função dos problemas acarretados na cidade.

Mas nem sempre foi assim. Quando menino, adorava correr nas ruas em dias de chuvas, pular nas poças d’água, fazer barquinhos de papel e joga-los no mar das minhas imaginações, pegar meu carrinho de lata de óleo e sair correndo derrubando barreiras como um desbravador.

E como esquecer das bicas e as pancadas d’água na cabeça? Éramos todos felizes! Um bando de crianças seminuas, abraçando as gotas da chuva como se fossem presentes jogados dos céus. O grito era um só: “Tribelll’. E então partíamos todos em disparada, enfrentando raios e trovões.

Na Rua do Cine Plaza, onde nasci, ainda me lembro de uma bica que jorrava de uma sorveteria ao lado do cinema. Hoje as bicas não são as mesmas. Nada mais é como antes. Exceto a chuva! Que saudade!.