Moura citou o nome de Aécio Neves ao comentar sobre uma reunião em 2002, logo após a vitória de Lula nas eleições. A reunião discutia a escolha de nomes para a diretoria de diversas estatais, entre elas a Petrobras. Moura afirmou que foi conversado sobre Petrobras, Correio, Caixa Econômica Federal, Furnas, Banco do Brasil. O encontro serviria para selecionar cerca de “cinco diretorias de estatais” para alimentar o caixa de campanhas eleitorais futuras. Ainda segundo a reportagem, todos deveriam ser funcionários com, no mínimo, 20 anos de carreira na empresa.
O lobista disse que citou o nome de Dimas Toledo para a diretoria de Furnas. Segundo ele, Lula teria reagido com ressalvas “Ele usou uma expressão: ‘Dimas, não, porque se entrar em Furnas, se colocar ele de porteiro, ele vai mandar em Furnas, ele está lá há 34 anos, é uma indicação que sempre foi do Aécio”. De acordo com Moura, Dimas Toledo, ao assumir a diretoria, afirmou a Moura que “em Furnas era igual”, referindo-se a esquema de propina. “Ele disse: ‘Não precisa nem aparecer aqui. Vai ficar um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio'”.
A assessoria de imprensa do PSDB definiu, em nota, como “declaração requentada e absurda” a citação a Aécio e uma “velha tentativa de vincular o PSDB aos crimes cometidos no governo petista”. Ainda segundo a nota, o partido “jamais fez qualquer indicação para o governo do PT”. “O senador Aécio Neves não conhece o lobista, réu confesso de diversos crimes, e tomará todas as providências cabíveis para desmontar mais essa sórdida tentativa de ligar lideranças da oposição aos escândalos investigados pela Operação Lava Jato”, encerra a nota.
O advogado de Dimas Toledo, Marco Moura, afirmou, em nota, que as informações de Moura são “absolutamente inverídicas”.
Do Jornal do Brasil