Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Por Metrópoles

Com os curativos cicatrizados e o fim das restrições para visitas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve voltar a receber o primeiro escalão do governo e aliados nos próximos dias, no Palácio da Alvorada. Na segunda semana após as cirurgias que fez no quadril e nas pálpebras, o mandatário começou a retomar, por trabalho remoto, as reuniões com sua equipe de ministros.

O titular do Planalto adotou um formato de reunião por videoconferência conjunta todas as manhãs, com praticamente os mesmos ministros, para se inteirar das agendas prioritárias do governo. Entre elas, o apoio federal aos municípios afetados por eventos climáticos extremos, como as chuvas em Santa Catarina e a seca no Amazonas; a situação da guerra no Oriente Médio; e as agendas em andamento no Congresso.

Lula está trabalhando de casa enquanto se recupera das cirurgias que fez para colocar uma prótese no quadril e retirar o excesso de pele das pálpebras, em 29 de setembro. O mandatário decidiu não passar o cargo ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), e nos primeiros dias de recuperação evitou pautas que carecem de mais deliberação sobre custo político.

É o caso de um possível veto no projeto de lei do marco temporal – aprovado no Senado, apesar de decisão em outro sentido no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente tem até a próxima sexta-feira (20/10) para bater o martelo sobre o tema.

Além disso, as indicações para a vaga no Supremo e na Procuradoria-Geral da República (PGR) e as negociações com o Centrão pela Funasa e pela presidência da Caixa seguem adiadas.

Diplomacia presidencial

A agenda prioritária para o presidente, segundo interlocutores do Planalto, é a retirada segura de brasileiros na zona de conflito entre Israel e o Hamas. Lula trata a questão via diplomacia. O petista conversou por telefone com o presidente israelense, Isaac Herzog, na quinta-feira (12/10), na tentativa de articular um corredor humanitário na Faixa de Gaza, epicentro dos combates.

“Solicitei ao presidente [de Israel] todas as iniciativas possíveis para que não faltem água, luz e remédios em hospitais. Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra”, registrou o mandatário na rede social X (antigo Twitter).

Lula também diz ter reforçado “apelo por um corredor humanitário para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança. E que o Brasil está à disposição para tentar encontrar um caminho para a paz”.

Seis aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), duas delas tradicionalmente usadas pela Presidência, estão sendo utilizadas para repatriar os mais de 2 mil cidadãos que pediram para deixar o local da guerra. Um grupo de cerca de 20 brasileiros aguarda liberação do Egito para conseguir deixar o lado palestino do conflito, na Faixa de Gaza.

Conforme adiantou a coluna Guilherme Amado, do Metrópoles, um bombardeio em Gaza fez o Itamaraty adiar para o próximo sábado (14/10) a retirada dos brasileiros que estão abrigados numa escola católica na cidade. O grupo passará pela cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, antes de seguir para Cairo, onde são aguardados por um avião presidencial, que os trará para território brasileiro.

Vítimas civis

O conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas chegou ao sétimo dia e ultrapassou a marca de 3 mil óbitos. Em guerra desde sábado (7/10), quando os radicais do Hamas invadiram Israel, matando e sequestrando civis, o número de mortos e feridos vem crescendo em larga escala, com ampla crise humanitária.

Há ainda cerca de 10 mil feridos, sendo 6.388 devido a bombardeios israelenses em retaliação ao ataque do grupo radical islâmico Hamas.