Do Jornal do Brasil

A coalizão no poder na Argentina, Cambiemos, caminha para uma vitória neste domingo (22) nas eleições legislativas de meio mandato do presidente Mauricio Macri, que liderou a campanha para aprofundar suas reformas econômicas e sociais liberais e pró-mercado.

As pesquisas apontam uma vantagem ao macrismo como primeira força nacional. A principal candidata da oposição é Cristina Kirchner (2007-2015), que concorre ao Senado pela Unidad Ciudadana (peronistas de centro-esquerda) na província estratégica de Buenos Aires, que concentra quase 40% dos 33,1 milhões de eleitores.

Kirchner aspira a um assento no Senado com o argumento de “colocar um freio” sobre Macri em sua política de ajustes tarifários, financiamento do déficit fiscal com dívida e flexibilização das leis trabalhistas. O presidente, por sua vez, pediu que o país “não retorne ao passado” de um “populismo que alterou a cabeça do povo”.

Macri, sem uma maioria parlamentar, conseguiu adotar leis por meio de acordos com peronistas inimigos de Kirchner e governadores cujas finanças dependem dos fundos do governo federal. O primeiro ano do presidente foi marcado por uma grande queda de popularidade, de quase 30%. A economia caiu 2,3%. Mas a atividade econômica passou a crescer, a 1,6% no primeiro semestre. Os indicadores positivos ainda não alcançaram àqueles da primeira década do século, sob os governos kirchneristas, mas Macri diz confiar na reinserção do país no cenário mundial.

O presidente argentino é apoiado pelos Estados Unidos, União Europeia e órgãos internacionais de crédito. Na última semana, a campanha eleitoral teve que ser suspensa em razão da descoberta do cadáver de um ativista que apoiava os indígenas mapuches desaparecido há 78 dias após a repressão policial na Patagônia. O caso comoveu o país, mas parece não ter sido suficiente para alterar as tendências da votação.