Nicolás Maduro – Foto: Federico Parra/AFP

Por Folha de Pernambuco

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (15) ter sido alvo de tentativas de assassinato no ano passado, uma denúncia recorrente do mandatário, que sempre acusa os mesmos responsáveis: Estados Unidos, a oposição ao seu governo e traficantes colombianos.

“Desmantelamos em maio, em agosto, em novembro e dezembro quatro conspirações com componentes estrangeiros, planejadas de Miami e da Colômbia”, disse Maduro em um discurso que se estendeu por mais de cinco horas no Parlamento. “Sua última tentativa, seu último objetivo era atacar uma unidade militar” na fronteira com a Colômbia”, acrescentou.

O presidente não fez acusações diretas, mas afirmou que todos os “civis e militares, nacionais e estrangeiros” confessaram e estão detidos, sem dar detalhes sobre quantos.

Entre os detidos estão “mercenários e militares” do Peru, Colômbia, Estados Unidos e outros de seu país, afirmou.

“Eles tinham o objetivo de me assassinar, assassinar importantes líderes políticos e militares da Venezuela e criar um caos e uma comoção no país”, acrescentou, culpando o serviço de inteligência dos Estados Unidos, a CIA, o narcotráfico colombiano e a extrema direita, referindo-se à oposição.

Maduro, que deve buscar a reeleição este ano, denuncia frequentemente planos para derrubá-lo e assassiná-lo.

O mais claro foi em 2018, quando dois drones explodiram nas proximidades de um palco onde o presidente presidia um ato com militares. Cerca de 17 pessoas foram processadas por esse incidente.

Muitos dos chamados “presos políticos” da Venezuela são acusados de traição e conspiração. Americanos, como Luke Alexander Denman e Airan Berry, também foram condenados a 20 anos de prisão por uma incursão armada fracassada na Venezuela em 2020.

Eles foram libertados em dezembro passado, juntamente com outros oito compatriotas, em uma troca com Washington que incluiu uma dezena de presos venezuelanos em troca do empresário Alex Saab, acusado de ser laranja de Maduro e enfrentava um caso de lavagem na Flórida.