Fotos: Farol de Notícias/Max Rodrigues

Publicado às 05h09 deste sábado (20)

O comércio de moda, no Pátio da Feira Livre de Serra Talhada, chama atenção pela quantidade e variedades de manequins expostos nos boxes, e apesar de haver vendedores que oferecem peças para todos os tipos de públicos, a moda masculina é o segmento que mais vende na feira por não haver frequência de lançamento de novas coleções como ocorre na moda feminina.

Durante visita do Farol, a reportagem conversou com 3 vendedores que têm mais tempo de trabalho com o segmento. Eles falaram sobre seu público, formas de pagamento, trocas, sobre a importância de aderirem aos manequins e sobre as dificuldades ocasionadas com a chegada da pandemia, que nem mesmo os manequins que ajudavam nas vendas puderam segurar o ritmo de outrora.

Dona Evanira Feitosa de Souza é vendedora de roupa há 40 anos. Atualmente, trabalha com moda para a criançada, moda íntima e algumas peças de adultos.

”Devido às vendas terem caído muito, a gente opta pelas peças pequenas e por preços mais baratos, depois dessa pandemia só o básico porque a moda ficou em segundo plano. Eu vendo mais peças de meninas, de 1 aninho até 12 e apesar de ser o que eu mais vendo, não tenho nenhum manequim infantil. Os manequins de adulto eu coloquei para dá mais uma modernizada e as pessoas saberem que eu ainda vendo roupa de adulto.”

”Temos um provador, mas mesmo se o cliente precisar trocar ele vai ser atendido do mesmo jeito que é atendido na compra, quem manda é o cliente e ele tem o direito de trocar. Só não vendo no crediário nem cartão, só à vista e no dinheiro, não coloco cartão porque não compensa, pode ter um cliente que chegue e compre R$ 200, mas tem gente que compra uma peça de R$ 5 reais. Eu sempre gostei de vender roupa, já passei por muitos momentos bons, ruins, e muito ruins também, mas, nesses 40 anos de comércio nunca vi um tempo tão ruim como esse.”

Já Edson de Souza Lima, vendedor de roupa há mais de 25 anos, optou por trabalhar apenas com a moda masculina por ser um segmento que não exige muita variedade de modelos.

”Faz uns 25 anos que vendo roupa e aqui desde quando a feira mudou-se pra cá. Meu público é masculino, sempre trabalhei só com esse público porque roupa feminina mudam de modelos de instante em instante, já o masculino é menos modelos. Temos provador para o cliente provar, também trocamos mercadoria, caso o cliente não goste ou se não der  e o que mais compram é camisa e short.”

”As formas de pagamento são só à vista ou cartão. Antes, não existia manequim nas feiras, mas desde de quando a gente veio pra cá que já começamos colocar os manequins. Fica melhor para expor a mercadoria, melhor para trabalhar e com certeza chama a atenção do cliente, e isso influencia nas vendas. Apesar de que com a pandemia o comércio fracou bastante, só Deus para suprir essa situação.”

O vendedor Francisco de Lima trabalha com moda há 15 anos. Suas peças atendem todo tipo de público, embora tenha afirmando que a moda masculina é a mais vendida.

”Eu vendo mais roupa masculina, shorts, camisas, de tudo vendo um pouco, mas as de homem saem mais porque o homem não é muito exigente com moda, já a mulher gosta mais de roupa mais arrumadinha.”

”A forma de pagamento é mais à vista, mas também passamos cartão. Tenho dois provadores simples, de improviso para o cliente usar, mas mesmo assim quando o cliente quer a gente troca. Roupa feminina a gente sempre dá um prazo menor para troca, já a masculina trocamos com até um mês porque nunca sai de moda mesmo, mas de mulher tem que trocar logo, principalmente blusa porque essa semana sai um modelo na outra já é outro.”

”Tem uns 10 anos que comecei colocar os manequins, hoje tenho de todos: infantil, masculino, feminino, plus size, superior, inferior para mostrar mais os modelos. O pessoal ver a roupa no manequim e destaca mais, chama mais atenção. Mas, ultimamente o comércio está fraco por causa da pandemia. Estamos na luta, estamos de pé.”