Do Folha de Pernambuco

 

Um dia após o ex-presidente Lula encerrar a agenda em Pernambuco, a deputada federal Marília Arraes, ao ser indagada pela revista Veja sobre a relação com o líder-mor do PT, em entrevista publicada nesta sexta-feira (22), devolveu o seguinte:

 

“Lula me adora, porque só faço ajudá-lo. Acabei, inclusive, contribuindo de forma indireta ao sair do PT e não criar obstáculo à aliança com o PSB”.

Diante da colocação, o senador Humberto Costa, à coluna, faz um contraponto:

“Quem ajuda Lula é a Frente Popular. Se não tivesse sido construída essa aliança em Pernambuco, dificilmente ele teria esse tempo de televisão e uma candidatura a vice da estatura de Geraldo Alckmin (PSB)”.

Humberto emenda:

“Quem ajuda Lula é quem defende o projeto coletivo. Quem caminha na posição que o partido tem. Quem é do PT respeita decisão partidária, apoia a maioria, não sai do partido no momento que tem sua posição contrariada”.

Humberto destaca que o tempo de TV de Lula, hoje, é o maior no rol dos presidenciáveis, porque eles conseguiram juntar sete partidos. Nas considerações à Veja, Marília também realça a importância dessa variável:

“Ele (Lula) fez certo de ir atrás desse apoio, porque quer ganhar de Bolsonaro. Então, precisa do tempo de TV e de alianças nos estados, não tem jeito”.

Na sequência, no entanto, dispara: “Mas eu sei que o PSB está mais interessado é em salvar o próprio projeto de poder em Pernambuco do que em promover a vitória de Lula nacionalmente”.

Humberto enfatiza:

“O maior tempo de televisão, hoje, é o de Lula. Só foi possível porque a gente juntou sete partidos. Quem trabalhou para impedir isso, atrapalhar isso, não ajudou Lula não”.

Marília teve o nome indicado pelo PT para concorrer ao Senado na chapa encabeçada por Danilo Cabral, mas reagiu, trocando o PT pelo Solidariedade, embora tenha chegado a conversar com o socialista sobre o assunto. Pelo Solidariedade, ela vai concorrer ao Palácio das Princesas. Durante as agendas de Lula, no Agreste, no Sertão e no Recife, se ouvia parte do público chamando pelo nome de Marília, enquanto Lula cravava, em seus discursos, que sua chapa, no Estado, é encabeçada por Danilo com Teresa Leitão como pré-candidata ao Senado e Luciana Santos na vaga de vice. Na avaliação de Humberto, “isso aí (os gritos por Marília) foi tudo uma coisa claramente orquestrada”.

“Não tem racha na militância”
O senador Humberto Costa é enfático ao rechaçar eventual racha na militância do PT: “Não tem racha na militância. É bom que fique claro. Isso aí foi tudo uma coisa claramente orquestrada. O que eu vi, ali, foi gente que saiu do PT, ou saiu quando Marília (Arraes) saiu, ou quando o diretório tomou posição”.

Mesmo assim > Para o senador, “a coisa feita, de tentar impedir que as pessoas ouvissem Lula dizer os compromissos dele, não foi suficiente”. Humberto completa: “Ficou claro que, em PE, Lula está na candidatura da Frente Popular. A aliança que construímos foi em cima de garantir apoio da frente a ele e Lula falou em todos os comícios que Danilo está com ele, Teresa e Luciana”.

Outra… > Teresa Leitão tem levado no bom humor o ato falho cometido em Garanhuns, quando quase falou o nome de Marília Arraes em seu discurso, corrigindo, na sequência, por Marília Ferro. “Eu tenho dito que foi vício de linguagem”, comenta, à coluna, sorrindo. E pontua: “Não me esquentei com esse negócio”.

…Marília > Teresa, ainda sobre o mesmo tema, pondera o seguinte: “Eu já fiz tanta campanha para ela (Marília Arraes), quando ela era do PT…”. E, então, volta a brincar com o assunto: “Mas, agora que ela saiu do PT, eu tenho outra Marília na minha vida, que é Marília Ferro”.

Acordes > Quem apareceu no almoço oferecido por Danilo Cabral a Lula e deu uma palhinha foi o cantor Maciel Melo. No menu, prevaleceram música e amenidades, além de pescada amarela, escondidinho de charque, bode, salada, xerém….