Por Paulo César Gomes, Professor e pesquisador da História de Serra Talhada
Passados os intermináveis debates e as atribulações do período eleitoral, entraremos agora em uma nova fase de pesquisa, e por esse motivo gostaríamos de convidar os amigos e as amigas serratalhadenses de nascimento e de coração, no Brasil e no mundo, a viajarem por mais uma apaixonante passagem da nossa história. Sejam todos bem-vindos ao mundo encantado e de diversão do CIST (Clube Intermunicipal de Serra Talhada).
O CIST foi fundado em 25 de dezembro 1951, com tempo indeterminado de duração, teve a sua primeira diretoria formada por Moacyr Godoy (Presidente), José Nunes Magalhães, Alexandre Firmo Ferraz, Pedro Antunes Lima, Wilson Matos, José Aubry da Costa, Manuel Antonio de Souza e Antonio Gomes de Lucena. Entre os objetivos do clube estava o de “promover e incentivar entre os seus sócios a prática de todos os desportos, desenvolver atividades culturais e de assistências e manter o espírito de cordialidade e cooperação que entre eles deve existir” (Art. 3º. do Estatuto do CIST).

No entanto, o clube que nasceu para proporcionar o lazer e o entretenimento para uma parte da elite social serratalhadense da metade do século XX, acabou se tornando um grande agregador social ao longo dos anos, abrindo espaço para todas as camadas da sociedade, independente de crença, raça, opção partidária ou time de futebol.
O espaço do CIST serviu para a realização de casamentos, batizados, aniversários, bailes de carnaval, festas juninas e natalinas, concursos de beleza, desfiles de moda, reuniões políticas, congresso de estudantes, festival do sorvete e da cerveja, e até para exibição de filmes, entres outras atividades. Pelo palco do CIST passaram dezenas de artistas, entre eles, Edésio e os Seus Red Caps, Assissão, Rui Grudi, Edson Lima (na época ele cantava na Banda Talismã), D.Gritos, Côngruos, Planeta Terra, e a cantora Gretchen, conhecida pelos hits “Freak Le Boom Boom”, “Conga Conga Conga” e o “Melô do Piripipi”.

Muitos serratalhadenses, de diversas gerações, ainda guardam na lembrança os anúncios que eram divulgados em uma difusora localizada na Praça Sérgio Magalhães, informado sobre as atrações que iriam se apresentar no Clube ou até mesmos para confirmar os horários dos bailes ou dos famosos privês das décadas de 80 e 90, organizados por José Aubry.
Mesmo quando o CIST começou a ganhar o rótulo de “espaço povão” ou local de “confusões” e de “brigas” a população não deixava de frequentar o local, que mesmo acanhado em função do grande número de frequentadores, ainda era o bom e velho CIST, um clube onde várias paqueras e paixões foram despertadas, e onde também surgiram casamentos que perduram até hoje.
O CIST HOJE
O CIST de hoje em nada lembra os do passado glorioso. Em um último suspiro o clube ainda serviu de espaço para apresentações de teatro e de dança. Porém, por motivos que não são conhecidos do grande público as atividades culturais e sociais do clube cessaram.
Hoje o CIST está desfigurado, deformado pelo tempo e pelo abandono, sucumbindo-se à própria sorte. Um moribundo em meio a uma cidade que se moderniza, mas que assiste em renegar o seu passado e a preservar a sua história! No entanto, vale ressaltar que nem tudo está perdido, pois quem sabe o CIST, assim como na mitologia, ressurja belo e imponente tal qual uma fênix, para que possa novamente ocupar um lugar de destaque que sempre teve na vida social e cultural de Serra Talhada. Viva o CIST e as suas inesquecíveis histórias!
Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!
P.S.: Os amigos faroleiros que queiram nos fornecer fotos de eventos ou registrarem seus depoimentos sobre sua histórias vividas no CIST, podem entrar em contato pelo e-mail: [email protected] .





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