Antes de escrever este texto fiz uma pesquisa e descobri alguns detalhes interessantes. Em 1958, por exemplo, as margens do Rio Pajéu se transformavam num imenso estacionamento de cavalos no período da Festa de Setembro. Eram os trabalhadores rurais que chegavam para se confraternizarem numa festa que era de todos. Não tinha esta história de banda A ou banda B que iria se apresentar e seria o chamariz para atrair público. As pessoas vinham para um grande reencontro.
Na minha infância, meu avô reunia toda a família na barraca de Nossa Senhora da Penha, logo após o desfile, onde passávamos horas proseando. Ainda alcancei os tempos em que as barracas disputavam o som mais alto com as grandes radiolas ABC- A Voz de Ouro. E era uma maravilha. Troca de abraços, sorrisos, tapinhas nas costas… enfim, o mais importante da festa era reencontrar aquele velho amigo de longas datas.
A festa cresceu e perdemos esta identidade. A impressão que tenho é que estamos ficando sem rosto. Hoje se discute que tipo de grupo musical pode atrair mais gente em determinado dia do evento. Saudosismo? talvez. Mas até os brinquedos mudaram e não existe mais espaço para o meu carrossel onde eu sonhava ser o Durango Kid. Sou do tempo em que a Festa de Setembro era a festa das famílias. O resto é pura fuleiragem musical. Um bom domingo para todos!
16 comentários em MEMÓRIA: Dos tempos em que a Festa da Padroeira era palco de bons reencontros