Neste domingo- 8 de setembro- acontece o encerramento da 223ª Festa de Nossa Senhora da Penha, Padroeira de Serra Talhada. Em outros tempos, o foguetório feito por dona Mara, que morava em frente a escola Solidônio Leite, ecoava logo pelas primeiras horas da manhã anunciando não o fim da festa mas fazendo honras a homenageada. Citando este fato, passo a elencar alguns fatores do passado que estão nas minhas memórias e que foram apagados ao longo dos anos. E não se trata de um mero saudosismo mas de um fato real.

Tenho a impressão que esta festa foi marcada por alguns equívocos dos organizadores que acabaram contribuindo para o pouco brilho do evento. Sobraram polêmicas desde o formato à  produção da festa. E não se trata de querer o retorno do passado quando barracas de lonas se espalhavam pela praça Sérgio Magalhães, onde radiolas ABC- A Voz de Ouro- tocavam os sucessos do momento. Também não se trata de querer o retorno dos bingos que aconteciam na barraca de Nossa Senhora da Penha para arrecadar fundos para igreja. Os tempos são outros? São. Mas perdemos muito da poesia que era uma construção coletiva.

Em outros tempos, não tínhamos a preocupação em trazer a banda mais badalada do momento pois o mais importante era o reencontro. Minha ansiedade, quando criança; era brincar no carrossel que era montado em frente ao Banco do Brasil ou andar no “trem fantasma” que ficava na rua dos Correios. Sem esquecer dos joguinhos infanto-juvenis. Naquela época, apenas uma coisa parecia incomodar os organizadores da festa: As barracas que ficavam na concha acústica vendendo aguardente de cana com passarinha. Eram apelidadas de “Coréia” no estilo bem pejorativo. Tinha a impressão que a festa se dividia entre ricos e pobres. Mas o tempo se encarregou em detonar a “coréia”. Ou seja, a parte mais fraca do elo.

Chegamos ao fim de um ciclo ou começamos um outro modo de olhar a cidade? Não sei. Apenas sinto que perdemos alguma coisa no meio do caminho. Acredito que a Festa de Setembro se transformou num “show de negócios” com dividendos eleitorais. Mas tenho o direito de mostrar que vivi em tempos bem melhores. Um bom domingo a todos.