Bom dia, boa tarde e muito boa noite ao faroleiros e faroleiras deste domingo de abril. Estamos mais uma vez a dividir lembranças de um passado que nos orgulha e que nos deixa cheio de saudades. Optei, neste domingo, entrar por uma seara que não sou muito craque mas que carrego boas e saudáveis recordações: O futebol. Cresci dentro do Centro Esportivo Luiza Kerhle quando este vivia no auge e não no abandono em que se encontra, e foi por muito tempo o ‘point’ da juventude e meninada travessa. Presenciei clássicos de futebol de salão, com arquibancadas lotadas, vendo as jogadas de Zé Vital, Dimas do Santander, Daguinha (goleiro de primeira), Caqueirão, Carcará e tantos outros.

Entretanto, o melhor dos tempos futebolísticos eram as peladas de rua. Na base do arranca-toco, no areial ou em cima do paralelepípedo grosso, onde aqui e acolá alguém “estambocava” a cabeça do dedo e corria pra casa em busca do mercúrio cromo. Também éramos construtores. Duvidam? pois bem. Construíamos os nossos próprio campinhos. A última empreitada a qual participei foi da ‘construção’ de um campo de pelada onde hoje encontra-se erguida a residência da professora Vilma Juribeba. Fui criança por aquelas bandas. Derrubamos a mata, desviamos esgotos, marcamos o campo com cinza e jogaávamos até com bola de meia. Mas, qual o menino buchudo que não jogou com bola de meia? Só tenho um trauma desta época. O finado Raul Pereira não gostava das partidas que aconteciam em frente a sua casa. Quando o ‘galego’ chegava pilotando uma caminhoneta da Celpe, entrava dentro do campo passando fino em um e outro. Pense num cabra que não gostava de futebol. Mas isto é uma outra história.

Deixando as minhas lembranças da infância, tenho que relembrar dos tempos áureos do Comercial Esporte Clube, que encheu de orgulho todos os serratalhadenses. O Comercial de Beto do Batukão, Colorado, Surrão- que batia até na sombra dele- e tantos outros que vou deixar com vocês. Também tenho lembranças das carreatas dominicais que eram organizadas por Egidio Carvalho, um símbolo da década de 70. E como não lembrar da Lia Lucas, torcedora fanática do Comercial que não parava de vibrar nas arquibancadas. Estudava em Recife, no colégio Radier, quando tive o orgulho de ver uma matéria no Jornal do Comercio falando das façanhas do meu Comercial e da minha terrinha. Fiquei bestinha!

Mas, chegando aos finalmentes, vou relembrar o Nego Tica. Quem se lembra do Nego Tica? Aquele ponteiro-esquerdo está vivo em minha memória até hoje. O time era o Botafogo (não tenho certeza). O camarada era um marchante- vendia carnes- mas era um boi no campo. Quando lançavam a bola para o Nego Tica, a galera começaça a gritar: “Vai Nego Tica, corre Nego Tica, vai…vaiiii”, e o ‘negão’ mas parecia um touro enfurecido atrás da bola, Dava uma arrancada só e derrubava quem estava em sua frente. Seu objetivo era a bola. Quantas saudades daquele tempo. Até hoje, Serra Talhada não conseguiu montar uma equipe do nível do Comercial Esporte Clube.

 

Um bom domingo para todos!