Bom dia e bom domingo para todos!

Eis que chegamos ao primeiro domingo de dezembro e a impressão que tenho, é que todas as vezes que chegamos a este mês do calendário  começamos  a desacelerar. Explico: passamos boa parte do ano numa corrida meio que descontrolada. Muitas vezes, a chamada luta pela sobrevivência nos leva a tomar atitudes meio que desumanas e até “canibalista” do ponto de vista de relação com o outro.

“O homem é o lobo do homem?”. Talvez. Mas o Natal, que marca o maior presente de Deus à humanidade é um marco que as coisas podem ser diferentes. Nós é que não fazemos a diferença. Mas isto é uma outra história.

Meus tempos de Natal foram de completa felicidade. Não tinha Big Brother, Tela Quente, Faustão ou show da Globeleza, mas nunca fui tão feliz quando criança. O ritual do mês natalino começava com a compra de sapatos novos na sapataria de Gregório Ferraz. Valia a simpatia do senhor Gregório, o abraço e a acolhida. “Coloca na ficha e depois a gente acerta”, este era o velho bordão.

Depois vinham as roupas novas. Ainda me lembro da minha primeira camisa marca “voltamundo”. Era a moda. Mas nunca me esqueço dos perfumes. Minha mãe era zelosa quanto a isso. Bons tempos do Cashemere Bouquet, Seiva de alfazema, sabonete Phebo e a Brilhantina Zezé. Nos tempos em que tinha cabelos suficientes… a brilhantina era um sucesso. Na minha casa, no Natal, não tinha menino fedorento.

Mas o clima para a ceia começava cedo. Muito cedo. Lembro-me que tinha um disco bolachão chamado “A Harpa da Cristandade”. Doze músicas natalinas ao som de uma harpa maravilhosa. Adorava ligar a radiola “ABC- A Voz de Ouro” e ouvir as peças musicais. Quando chegava a noite era só alegria e abraços. Não me lembro de ter comido o peru da Sadia ou o queijo do reino da última geração. Mas até hoje guardo o cheiro dos perfumes e o calor dos abraços que recebi.

Um domingo de paz para todos!