Do Metrópoles

O ano letivo de 2023 ainda não terminou, mas a preocupação dos pais com a escola para o ano que vem já começou. Levantamento do Grupo Rabbit, consultoria especializada em educação, aponta que as mensalidades escolares devem subir, em média, 9,2%, em 2024, o que representa mais que o dobro da inflação prevista para o ano, de 4,53%, conforme o Boletim Focus, do Banco Central.

O cálculo para estimar o reajuste tem como base uma consulta a 800 escolas de educação infantil, ensino fundamental e médio em todo o país. O estudo também leva em consideração a necessidade de investimentos, reajustes salariais dos professores e de outros funcionários, dívidas e outros custos.

De acordo com o diretor de conteúdo do Grupo Rabbit, Christian Rocha, atualmente, 70% das escolas e instituições de ensino têm um nível acentuado de endividamento. “Mesmo esse reajuste acima da inflação não será suficiente para pagar as dívidas que elas fizeram com os bancos para manter as operações durante a pandemia e o período de isolamento social, em que houve fechamento das instituições e aplicação de ensino remoto”, disse ao jornal O Globo.

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV-Ibre, André Braz, diz que os reajustes costumam vir acima da inflação média e configuram aumento real para o consumidor.

“O índice vai orientar as correções nas escolas e configura um aumento real, seguindo o padrão dos últimos anos. Com muitas escolas enxugando custos e com salas mais vazias, o aluno que permanece acaba pagando pelo aluno que saiu, para que a escola possa manter sua qualidade de ensino. As instituições sofreram evasão grande na pandemia e isso tem que ser levado em conta”, disse ele ao jornal.

Aumento pós-pandemia

Dados do IBGE de 2020 mostram que os cursos regulares tiveram alta de 1,13%, com descontos aplicados na pandemia. Em 2021, a alta foi de 2,64%. No ano passado, o aumento foi de 7,48%.

Entre os fatores que afetam as contas das escolas estão o reajuste salarial de professores, auxiliares de ensino, além do dissídio e da convenção coletiva dos profissionais de educação. E também investimentos em tecnologia e aluguel, taxas e impostos.