O promotor da Defesa do Consumidor de Serra Talhada, Fabiano Beltrão, comentou as declarações do prefeito Luciano Duque quando disse, durante entrevista à Rádio Pajeú, de Afogados da Ingazeira, que iria “para o confronto” com a Justiça caso não houvesse entendimento sobre o pedido – por parte da promotoria – de interdição do mercado público municipal.

Em contato com o FAROL, nesta quinta-feira (19), Beltrão avisou que o MPPE está aberto ao diálogo, não tem nada pessoal contra o prefeito ou comerciantes, mas, se uma briga jurídica entre promotoria e governo for a única solução para o cumprimento da interdição do local “não nos furtaremos da nossa obrigação de fiscais da lei, levando a questão a quem tem a palavra final, que é o juiz”.

Beltrão fez questão de lembrar ainda que a recomendação da promotoria tomou por base relatórios de vários órgãos de controle como Vigilância Sanitária, Procon, Adagro, Corpo de Bombeiros e Crea – que atestaram por meio de laudos técnicos – a gravidade em que o estado do mercado público se encontra atualmente.

Durante a entrevista a Rádio Pajeú, Duque minimizou todos os relatórios existentes alegando que os problemas do mercado seriam “pontuais” e que não se resolvem “num passe de mágica”. Os laudos que chegaram até as mãos de Beltrão confirmam graves problemas estruturais, de segurança e higiene.

INCÊNDIO, DESABAMENTO E PROSTITUIÇÃO

“Queremos deixar claro que o Ministério Público está aberto ao diálogo com todos os setores da sociedade e estamos aguardando propostas. Ressalto que o funcionamento do mercado como está põe em risco a saúde de toda a população. Transitar pelas dependências do prédio já é um risco e quem garante isso é próprio Corpo de Bombeiros e Crea, cujos laudos mostram que há risco iminente de incêndio e desabamento”, esclareceu Beltrão.

Além dos problemas físicos, laudos técnicos foram entregues ao MPPE alertando sobre a venda de carnes e queijos sem refrigeração e em balcões sem impermeabilização, indicando ainda a presença de ratos e baratas no local onde são vendidas refeições e instalações elétricas em péssimo estado.

“Chegando ao absurdo do local estar servindo também como ponto de prostituição”, alerta o Ministério Público. Na semana passada, um box foi interditado após a Vigilância Sanitária identificar o comércio de carnes com tapurus.