A semana no turbulento cenário político começa com a expectativa de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, possa, como parte da denúncia que prepara contra o presidente, ligar Michel Temer ao recebimento da mala com R$ 500 mil pelo ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).

Se espera que a denúncia deva ser protocolada nos próximos dias no Supremo Tribunal Federal (STF), juntando os pontos que envolvem o presidente neste e em outros episódios envolvendo o conjunto de provas reunidas sobre a suposta propina acertada com a JBS. Apesar da absolvição da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última sexta-feira (9), o presidente não deverá ter dias de tranquilidade pela frente.

Na avaliação de investigadores, não é preciso comprovar que Temer recebeu o dinheiro da mala, mas que teve atuação na operação para o seu recebimento por Loures, preso desde o último dia 3. Janot já havia afirmado que Loures é “longa manus” de Temer: “Longa manus” significa executor de ações premeditadas por outro.

A Procuradoria vai analisar a intermediação feita por Loures no agendamento da reunião entre Temer e Joesley Batista, dono da JBS. Também deve ser avaliada a orientação do presidente para o empresário tratar com o ex-deputado, o diálogo do acerto da propina, além do flagra da entrega da mala.

A denúncia contra Temer deve ser reforçada também pelo resultado do material apreendido no início da fase pública da operação Patmos e pelo depoimento de Lúcio Bolonha Funaro. para a PF, Funaro afirmou que o ex-ministro da secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, teria o assediado, ligando para a casa da família de Funaro para saber se ele realmente faria delação.

Para investigadores, a confissão de Funaro confirma um dos principais trechos da conversa de Temer com Joesley, no porão do Jaburu. Na conversa, Temer indicou Loures para substituir Geddel com liberdade para tratar de “tudo” com um dos donos da JBS.

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