Publicado às 14h deste sábado (15)

Depois de 15 de março, pela segunda vez, milhares de jovens saem à rua em protesto em prol do planeta Terra. O protesto ocorreu em centenas de países por todo o mundo esta sexta feira (24). O protesto, sob a forma de greve às aulas tem como alvo a inação e a passividade dos governos mundiais em tomar ação por aquilo que os jovens dizem ser a oportunidade de terem um futuro.

Com este protesto, os jovens procuram sensibilizar os governos mundiais para a necessidade de se tomarem medidas bem definidas e concretas para reduzir e limitar as emissões de gases com efeito de estufa, como o dióxido de carbono ou o metano, gases que, segundo o consenso científico, provocam alterações profundas no clima da Terra.

Esta ação de protesto não foi somente composta de estudantes pois desta vez mobilizaram em apoio aos estudantes professores, organizações ambientais e cidadãos anónimos no geral. Os protestos ocorreram por todo o globo, em mais de 1600 cidades de mais de 110 países, Brasil incluído. Em solo brasileiro protestos em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte foram agendados.

No restante globo locais como Estocolmo (Suécia), Munster (Alemanha), Londres (Reino Unido), Lisboa (Portugal) ou Roma (Itália) viram também protestos pela falta de ação dos respetivos governos. A questão é tão fraturante que ate mesmo no médio oriente foi possível ver crianças palestinianas e israelitas a marchar juntas.

Ainda que os protestos tenham o mesmo objetivo no geral, localmente as reedificações são personalizadas. Por exemplo, na Austrália os jovens pedem o fim da mineração de carvão e a passagem às energias renováveis ate 2030. Por outro lado, na Noruega os jovens pedem em frente do banco nacional o fim dos fundos de investimento para as energias não renováveis. Em comum, slogans como “não queimem o nosso futuro” ou “queremos um futuro com qualidade” são visíveis por todos os protestos.

Estima-se que as ações tenham juntado mais de 1,6 milhões de jovens em todo o globo neste movimento que tem origem nas ações de uma jovem estudante sueca, Greta Thunberg. Esta jovem começou no verão passado a fazer greves semanais às aulas para se manifestar em frente do parlamento sueco, esperando que este tomasse as medidas necessárias para fazer frente à crise climática. Gradualmente ganhou a atenção dos média e inspirados no caso de Greta, este já é o segundo protesto à escala mundial do género.

O movimento, apartidário, descentralizado e pacifico, organizador da greve climática diz em manifesto publicado nas redes sociais, ser a voz da juventude que se encontra farta da inação e negligencia das classes políticas mundiais face ao grave problema que ameaça o seu futuro.

Contudo, existe um perigo associado ao surgimento rápido de tais movimentos, agravados pela inexperiência natural da idade dos seus organizadores. Organizações com interesses ideológicos e políticos, de carizes menos claros, podem tentar infiltrar-se no movimento estudantil para aproveitamento político ou outro tipo de agendas, alerta por exemplo a Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente.