Por S. Batista, moradora de Serra Talhada 

“Por meio desta mensagem venho demonstrar a minha tamanha insatisfação com o atendimento da saúde de Serra Talhada.

Especificamente sobre uma médica de posto de saúde e a pediatra plantonista do Hospam no último dia 25.

Desrespeito com a população e muita falta de compromisso com a profissão, com o juramento feito na hora da formatura e com a humanização.

Minha filha que tem 11 anos vem sofrendo com uma crise de garganta há cinco dias. Procurei o postinho e chegando lá a médica sequer olhou a minha filha, passou Ibuprofeno e mandou pra casa. Como esperado, a minha filha não melhorou e continuou com febre.

Na quinta, por volta das 18h30, eu que tenho 54 anos, meu marido de 61 anos e minha filha chegamos no Hospam em busca de um atendimento, na esperança que fosse diferente do atendimento do PSF. No entanto, me deparei com profissionais que não têm o menor respeito com o ser humano.

No hospital, a minha filha passou pela triagem e foi qualificada sem risco. Outras crianças foram atendidas na frente. Lógico, já que os casos eram de urgência. Esperamos mais de quatro horas com toda paciência, sem reclamar nada. Quando vagou, eu achando que já ia ser atendida, uma assistente social veio me convencer a ir embora e procurar atendimento para minha filha no PSF.

Ela disse que se caso eu quisesse esperar, a médica ia dizer a mesma coisa que a porta de entrada e o problema deveria ser resolvido através do posto. Mesmo assim, eu optei por esperar porque a minha filha estava sofrendo e precisava de uma receita médica para tomar antibiótico e melhorar.

A médica ouvindo a nossa conversa saiu do quarto e grosseiramente falou que ia atender depois que terminasse tudo, mas ia deixar claro que o caso da minha filha se resolvia no postinho. Só que já era quase onze horas e não tinha mais nenhuma criança lá para ser atendida. Quando meu marido ouviu isso, se alterou e falou que ia denunciar.

“Fomos humilhados e mesmo assim voltamos sem um atendimento médico. É muita falta de respeito dos profissionais a sua própria profissão e com a população”

Estávamos lá há mais de 4 horas esperando a boa vontade da médica atender. Queríamos um retorno para nossa filha, que vem faltando aula devido à medicação passada pela médica do PSF não ter resolvido. Eu sei muito bem que se a médica do posto tivesse olhado a garganta da criança e passado a medicação certa tinha resolvido.

Eu e meu marido faltamos no trabalho, minha filha tem faltado no colégio, fomos humilhados e mesmo assim voltamos sem um atendimento médico. É muita falta de respeito dos profissionais a sua própria profissão e com a população.

Meu marido indignado com o acontecido, quando chegou em casa vomitou, a pressão subiu e eu fiquei nessa situação. Ao invés de um doente, fiquei com dois para cuidar. Tudo isso pela incompetência desses profissionais. Se eu estava ali, estava buscando uma solução para a saúde da minha filha que ainda não tinha conseguido.

Quem está doente, precisa ser tratado com respeito, humanização e dignidade. Em muitos lugares dessa cidade os princípios do SUS não são colocados em prática e se distanciam muito da realidade. É necessário que muita gente fique sabendo disso, pois aconteceu comigo e acontece diariamente com outras pessoas.

Crianças e idosos precisam ser acolhidos. No caso da minha família, a criança doente e o idoso acompanhando e não tivemos sequer o direito de sermos tratados como seres humanos. Indignação total com o caos da saúde dessa cidade.

Se não querem trabalhar para o SUS, se não são humanizados o suficiente, se não aguentam o fardo, se não estão satisfeitos com o salário, saiam! Têm profissionais procurando emprego e a população agradece. Indignação total com o caos da saúde dessa cidade!”.

“É muito incompetência desses profissionais. Quem está doente, precisa ser tratado com respeito, humanização e dignidade. Em muitos lugares dessa cidade os princípios do SUS não são colocados em prática e se distanciam muito da realidade”