O Globo

Novas conversas atribuídas ao ministro da Justiça, Sergio Moro , e a procuradores da força-tarefa da Lava-Jato, divulgadas nesta terça-feira pelo site The Intercept Brasil , apontam que o ex-juiz teria ficado preocupado com investigações sobre suposto caixa dois na campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1996. Em nota, Moro negou interferência no caso envolvendo o ex-presidente e disse não reconhecer a autenticidade dos diálogos.

Em mensagem enviada a Deltan Dallagnol no dia 13 de abril de 2017, Moro questiona se as suspeitas divulgadas pela imprensa contra FH eram “sérias”, segundo o site. O ex-juiz se referia ao relato de Emílio Odebrecht de um suposto pagamento de caixa dois nas campanhas de FH à Presidência em 1993 e 1997. Na época da conversa, o relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, havia enviado as menções contra o tucano para a Justiça Federal de São Paulo.

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Em resposta, Dallagnol diz acreditar que o braço da força-tarefa em Brasília teria enviado o caso ao Ministério Público de São Paulo sem analisar a prescrição “talvez para (o MPF) passar recado de imparcialidade”. Moro responde então que achava questionável a atitude, uma vez que “melindra alguém cujo apoio é importante”.

Logo após a chegada na 8ª Vara Criminal, os advogados do tucano pediram o arquivamento da investigação, uma vez que os casos relatados ocorreram há mais de 20 anos e já estavam prescritos.

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Moro critica divulgação

A Polícia Federal investiga ataques cibernéticos a celulares de procuradores da Lava-Jato, juízes, delegados, políticos e jornalistas. Em nota, Moro ressaltou que sua atuação como juiz federal “sempre se pautou pela aplicação correta da lei” e disse não reconhecer a autenticidade das mensagens obtidas, segundo ele, “por meios criminosos, que podem ter sido editadas e manipuladas”. Segundo a nota, “as conclusões da matéria veiculada pelo Intercept sequer são autorizadas pelo próprio texto das supostas mensagens, sendo mero sensacionalismo”.

O ex-presidente FH disse, em nota ao site, que não “teve conhecimento de nenhum inquérito ou denúncia” que o envolva. Em nota, a força-tarefa da Lava-Jato informou que o caso sequer era de atribuição do grupo de Curitiba e que não teve qualquer participação na decisão de seu envio para outra unidade do Ministério Público Federal ou na análise de eventual prescrição.

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