Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil
Por Folha de Pernambuco
O senador Sergio Moro (União-PR) compareceu nesta quinta-feira a uma oitiva na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), onde prestou esclarecimentos sobre o processo que pode levar a sua cassação. O ex-juiz federal da Operação Lava-Jato no estado é acusado de abuso de poder político e econômico em uma ação movida pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), mas uma definição pela Justiça Eleitoral pode demorar mais de um mês.
Após colher depoimento, que durou cerca de 45 minutos, o processo segue no TRE-PR, onde ainda deve passar por uma série de diligências. Entre elas, o tribunal eleitoral ainda precisa ouvir, em tese, sete das oito testemunhas indicadas pela defesa do ex-juiz. Até o momento, apenas uma de fato compareceu à audiência: o diretor de Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.
A especialista alerta, contudo, que este processo demanda tempo e o tribunal entra em recesso de final de ano no próximo dia 20. O colegiado, então, retoma as atividades no dia 7 de janeiro, e um desfecho deve ocorrer apenas no final do mês que vem.
Caso o senador seja condenado, ainda pode recorrer à segunda instância da Corte local e, posteriormente, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas essas etapas precisariam ser cumpridas antes de Moro efetivamente perder sua cadeira no Congresso Nacional.
No processo, os partidos alegam que o ex-juiz tentou driblar a legislação eleitoral em dois movimentos: na desistência em concorrer ao Palácio do Planalto, que teria o levado a exceder o gasto limite de campanha, e na migração partidária do Podemos para o União Brasil durante esse processo. Sobre ter desistido de concorrer à Presidência, afirmam que isto teria facilitado sua vitória nas urnas. Há o cálculo de que Sergio Moro teria gasto R$ 6,7 milhões entre a pré-campanha à Presidência e a campanha ao Senado. O limite permitido por lei é de R$ 4, 4 milhões.
Nos bastidores, a vaga do ex-juiz já é disputada em uma espécie de pré-campanha eleitoral. Caso ocorra a cassação, um novo pleito seria disputado. Como antecipou a colunista do GLOBO Bela Megale, o PL articula o nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Já no PT, a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, desponta como nome. Em junho deste ano, em postagem no Instagram, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, chegou a se referir à aliada como “futura senadora”.
“E o dia começou com uma excelente conversa com essas duas mulheres maravilhosas!! Ministra Anielle Franco e a futura Senadora Gleisi”, escreveu à época. Moro não recebeu bem a provocação e afirmou que a mulher de Lula (PT) faltou com respeito com ele e “1,9 milhão de eleitores paranaenses”.
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