Foto: Arthur de Souza/Arquivo Folha de Pernambuco

Por Folha de Pernambuco

O jornalista, crítico de arte, professor, curador e realizador cinematográfico pernambucano Celso Marconi Lins morreu, na noite de terça-feira (2), em Olinda, aos 93 anos. Celso estava internado no Hospital Esperança e faleceu por volta das 23h. Segundo informações de familiares e amigos, Celso morreu de falência múltiplas dos órgãos.

O velório do intelectual será no cemitério Morada da Paz, em Paulista, a partir das 12h desta quarta-feira (3). O sepultamento está marcado para começar às 17h, no mesmo local.

O escritor Luiz Joaquim, autor da biografia “Celso Marconi: O senhor do Tempo”, afirmou que o jornalista “deixa um legado iniciado nos anos 1950 no jornalismo cultural e no cinema”.

Celso Marconi deixa três filhos – Pedro, Luiz e Isabela – da primeira união com Maria do Carmo Lins, e uma filha – Manuela -, da união com Tereza Lins. Deixa também netos e bisnetos.

Nascido no bairro do Poço da Panela, na Zona Norte do Recife, em 1930, Celso Marconi começou no jornalismo ainda na década de 1950, quando escreveu para o Folha do Povo, o Jornal Pequeno e o Diario de Pernambuco. Ele iniciou a carreira cobrindo pautas de política e assinando artigos e entrevista com personalidades da cultura.

Sua primeira crítica de cinema foi assinada em 1954 sob o pseudônimo “João do Cine”. O texto, sobre o filme brasileiro “Agulha no Palheiro”, foi publicado no Folha do Povo.

Celso começou os anos 1960 integrando a diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco e representou a imprensa local em viagem pela China, União Soviética e Europa. Em 1962, foi convidado para compor a equipe da edição Nordeste do Última Hora, de Samuel Weiner, onde finalmente assinou uma coluna de cinema com seu próprio nome.

O pernambucano chegou a ser preso pelos militares, na época da ditadura militar. Em 1964, ficou detido por quatro meses. Ele voltou à imprensa em 1966, no Jornal do Commercio, onde passou mais de 20 anos como crítico de cinema, música, artes plásticas e cênicas.

Ainda na década de 1960, foi o responsável pela profissionalização do projeto Cinema de Arte, ao lado do colega Fernando Spencer. Pelo Cinema de Arte, iniciou diversas gerações do Recife na cinefilia, promovendo as primeiras exibições na cidade de cineastas como, por exemplo, Fellini, Kurosawa, Antonioni, Godard, Bergman, Pasolini e Truffaut.

Celso Marconi ainda provocou políticas públicas em prol da cultura e foi um realizador superoitista, com cerca de 20 filmes produzidos na década de 1970. Nos anos 1980, lecionou jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco.

Em 1991, foi convidado a assumir a editoria do Suplemento cultural, publicado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), e a gestão do Museu da Imagem e do Som de Pernambuco. Pela mesma função, colaborou nas primeiras edições do Festival de Inverno de Garanhuns e, dois anos depois, inaugurou o Cine Ribeira, no Centro de Convenções.

Em 2020, Celso ganhou a biografia “Celso Marconi: O senhor do tempo”, assinada por Luiz Joaquim e editada pela Cepe. Nas redes sociais, ele escrevia artigos e críticas cinematográficas.