Do Diario de Pernambuco 
Faleceu nesta quarta-feira (11), aos 84 anos, o ator Paulo José, figura lendária na história do cinema, teatro e da televisão brasileira. Segundo o portal G1, ele estava internado há 20 dias no em um hospital do Rio de Janeiro e sofria de um quadro de pneumonia.
Paulo José é natural de Lavras do Sul, Rio Grande do Sul, nascido em 1937. Fez parte de Teatro de Arena e, na década de 1960, começou a protagonizar de filmes que entrariam na história do cinema nacional. O primeiro deles foi O Padre e a Moça, clássico de Joaquim Pedro de Andrade, onde viveu o clérico do título, envolvido em um angustiante romance com uma jovem em uma cidade do interior. No mesmo ano, já mostrou sua versatilidade ao dar vida ao canastrão mulherengo Paulo em Todas as Mulheres do Mundo, filme de Domingos de Oliveira que recentemente foi adaptado em uma série de mesmo nome pela Globo. O trabalho lhe rendeu o Candango de Ouro do Festival de Brasília.
Ainda no cinema, talvez o seu grande papel de destaque foi quando viveu o personagem-título de Macunaíma, mais uma parceria com Joaquim Pedro de Andrade, dando vida ao icônico herói sem nenhum caráter criado por Mário de Andrade. Dividindo o personagem com Grande Otelo, Paulo deu vazão ao seu impecável timing cômico e ajudou o filme a se tornar uma das melhores adaptações da literatura brasileira no cinema nacional. Durante sua trajetória, ainda viveria outros importantes personagens saídos dos livros, como Policarpo Quaresma e Quincas Berro D’Água.
Na mesma década em que começou a trabalhar no cinema, também partiu para a televisão, estreando na novela Véu de Noiva, de Janete Clair, em 1969. Em 1972, esteve no elenco de Meu Primeiro Amor, onde estabeleceu uma dupla com Flávio Migglacio, ator falecido no ano passado, com os papéis de Shazan e Xerife, que ganharam um seriado próprio. Ainda participou de títulos como Tieta, Roda de Fogo, Gabriela, Armação Ilimitada e Vamp. Seu último trabalho na TV foi na novela Em Família.
Em 2018, ganhou um documentário em sua homenagem, batizado de Todos os Paulos do Mundo, de Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira. Há 20 anos, ele convivia com o Mal de Parkinson. Ele deixa quatro filhos e um legado único na arte nacional.