Daniela Pinheiro – ÉPOCA

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, não aguenta mais o assunto, mas ele é inevitável. A promoção de seu filho, Antonio Hamilton Rossel Mourão, para o cargo de assessor especial da presidência do Banco do Brasil foi assunto durante toda a semana. Conforme revelou ÉPOCA na terça-feira (8), um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter dado posse ao novo presidente do banco, Rubem Novaes, o filho de Mourão foi nomeado para o novo cargo, o que elevou seu salário de R$ 14 mil para R$ 36,5 mil.

“Sabe por que deu essa confusão toda? Porque o salário é alto. E eu também acho que é. Mas não foi ele quem inventou o valor”, disse o vice-presidente no começo da tarde desta sexta-feira (11), em seu gabinete, no anexo 2 do Palácio do Planalto. O filho de Mourão é funcionário de carreira do Banco do Brasil e está na instituição há 18 anos. Nos últimos 11 anos, fazia parte da diretoria de Agronegócios. Ele deve assessorar Rubem Novaes nessa área.

Mourão voltou a dizer que o filho foi perseguido no Banco do Brasil por conta de sua ascendência. Pela primeira vez, o vice-presidente detalhou o que houve. Segundo afirmou, o filho teria sido “constrangido” pelo chefe imediato, cujo nome Mourão disse não ter perguntado — “porque eu não queria nem saber”.

“O chefe falou para ele: se seu pai não ganhar a eleição, é bom você ir procurando um lugar para se esconder”, disse Mourão a ÉPOCA. “Com certeza iam mandá-lo para alguma agência flutuante no meio do Amazonas”, afirmou o vice-presidente.