O Ministério Público Federal em Brasília denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu filho Luiz Cláudio Lula da Silva e outras duas pessoas no âmbito da Operação Zelotes.

Eles teriam participado de um esquema de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo a compra de 36 caças Gripen pelo governo brasileiro e a prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627.

O esquema teria ocorrido entre 2013 e 2015, quando Lula já era ex-presidente.

De acordo com os procuradores, Lula prometeu à consultoria M&M (Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia LTDA) interferir para beneficiar clientes da empresa na negociação dos caças junto ao governo federal.

Em troca, a LFT Marketing Esportivo, empresa de Luís Cláudio teria recebido R$ 2,5 milhões da consultoria. Os serviços não teriam sido prestados, segundo os investigadores.

Sócios da M&M, Mauro Marcondes e Cristina Mautoni também foram denunciados.

Para os investigadores, foi montada uma “relação triangular” envolvendo clientes da M&M, intermediários (Lula e os sócios da consultoria) e “agente público que poderia tomar as decisões que beneficiariam os primeiros (a então presidente da República Dilma Rousseff)”. Durante as investigações, no entanto, não foram encontrados indícios de que a presidente tivesse conhecimento do suposto esquema.

“Na denúncia, o MPF sustenta que a promessa de interferência no governo por parte do ex-presidente Lula (venda de fumaça) rendeu ao seu filho Luiz Cláudio o recebimento de vantagens indevidas e que o valor repassado só não foi maior por causa da deflagração da Operação Zelotes, em março de 2015”, informa o texto divulgado pelo MPF.

“Segundo a ação, a expectativa era de um recebimento total de R$ 4,3 milhões, sendo R$ 4 milhões da M&M e o restante da montadora Caoa. Entre os meses de junho de 2014 e março de 2015, a M&M fez nove pagamentos à LFT que somados chegaram a exatos R$ 2.552.400,00.”

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