Hospital Regional Inácio de Sá – Foto: Reprodução SES-PE

O nascimento de uma criança em geral é um momento de alegria para uma família. No entanto, na cidade de Salgueiro, no Sertão Central, o caso virou uma tragédia.

A auxiliar de serviços gerais que atuava na Previdência Social, Maria do Rosário Rafael, 38 anos, estava grávida de 8 meses de seu terceiro filho. No entanto, morreu em menos de uma semana após o parto da pequena Maria Raquel.

Em contato com o Farol de Notícias, a família explicou que ela estava com a pressão alta e com a gestação considerada de risco. Nos últimos dias sentiu muitas dores no peito e nas costas.

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Ela buscou o Hospital Regional Inácio de Sá, no bairro Planalto. A equipe médica optou por realizar uma cesariana. Porém, em menos de dois dias teve alta.

Chiara Rufino da Silva, de 38 anos, irmã de Rosário, afirmou que ela foi vítima de um infarto neste domingo (17). O atestado de óbito emitido pelo hospital alega que a causa da morte foi embolia pulmonar.

“Quem deu alta a ela foi uma residente, e a gente sabe que eles não podem. Têm que estar acompanhados de um médico. A negligência começou aí. Ela teve alta na sexta-feira (15), menos de dois dias, com se tivesse sido um parto normal. Quando a gente sabe que a norma é eles ficarem com o paciente por no mínimo cinco dias. Até normalizar a pressão e avaliarem a evolução da paciente, por ela ser de alto risco”, comentou sua irmã.

Familiares protestam durante sepultamento nesta terça-feira (19) – Foto: Arquivo Pessoal

QUADRO SE AGRAVOU

No domingo (17), as dores se agravaram e Rosário retornou ao hospital. A família alega que o médico que a atendeu não levou em consideração que ela era puérpera e que estava com a pressão. Solicitou um exame de imagem das costas da paciente.

“Na madrugada do sábado para o domingo ela não conseguiu dormir, passou a noite com dor no peito, com dor na coluna. No domingo de manhã ela foi para o hospital, foi avaliada pelo médico, pediu apenas um Raio-x da coluna”, detalhou Chiara, continuando:

“Mesmo sabendo que ela tinha acabado de dar a luz, não analisaram o prontuário dela. E liberaram ela, com dor, a pressão em 16 e mandaram para casa. Na madrugada, ela passou mal e acabou não resistindo”.

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DESPEDIDA COM PROTESTO

Na tarde desta terça-feira (19) familiares e amigos realizaram uma triste despedida para Maria do Rosário. A família está indignada e confirmou que acionará a justiça. Além disso, um protesto foi realizado durante o sepultamento (veja vídeos).

“A nossa revolta é que começou com negligência, a partir do momento que deram alta a ela. Uma residente que tem que atender com a supervisão de um médico, e isso não aconteceu. Depois a negligência do outro médico que não avaliou a paciente direito. Ela já estava iniciando uma embolia pulmonar, que foi a causa da morte dela. O que eles colocaram no atestado de óbito, mesmo sem ter feito nenhum exame. Deduziram que foi embolia pulmonar pelos sintomas”, finalizou.

OUTRO LADO

A reportagem do Farol de Notícias entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). Até o fechamento desta edição não obtivemos retorno.

VEJA O VÍDEO DO PROTESTO