Duque convenção

Por Giovanni Sá, editor do Farol

O Partido dos Trabalhadores (PT) abriu  a corrida eleitoral nesse sábado (30) em Serra Talhada com uma grande convenção no ginásio Egídio Tores de Carvalho, alçando o nome de Luciano Duque à reeleição. A cobertura do evento foi feita pelo competente repórter Giovanni Filho e o fotógrafo Alejandro Garcia.

O que de fato me chamou a atenção, não foi a euforia da militância registrada nas fotos, mas um dos trechos da reportagem em que o prefeito foi carregado nos braços sob os gritos de ”huh! huh! papai chegou, hu!, huh! papai chegou’. O interessante é que o coro foi puxado por servidores comissionados do governo petista, ou seja, funcionários que têm uma forte necessidade de se manterem na estrutura do governo, ao ponto do prefeito ser rotulado de ‘papai’.

O pai dá mamadeira quando o filho tem fome, ‘mamar’ deixa o filhinho nutrido. Mas também a figura do pai ‘puxa a orelha’ quando o filho faz trelas, quando só quer mamar e não deseja trabalhar. Quando faz birra e trata mal as pessoas (o contribuinte). Perguntar não ofende: qual terá sido a intenção da turba de comissionados ao mudar a relação com o prefeito para uma relação paternal? Papai chegou pra quê? para alegria de todos ou para moralizar a coisa pública?

Cá entre nós e noves fora nada, estamos no Século 21 e Serra Talhada não comporta mais uma relação política com viés paternalista ou autoritário. Não será carregando o ‘papai’ nas costas que vamos construir uma nova mentalidade. Talvez, para quem deseja continuar ‘mamando’, este seja o único caminho. Mas Serra Talhada não merece. E tenho dito!