Oposição vê a oportunidade de infligir a primeira derrota política grande ao governoO jornal argentino Clarín, traz na edição desta quarta-feira (18) uma matéria sobre a situação do presidente Maurício Macri, sendo comparada a um labirinto. Trata-se da Lei anti-demissões. A confiança induziu Macri a encarar uma briga de grandes dimensões,e talvez, desnecessária.

Segundo a reportagem, ele transformou a lei anti-demissões (que está sendo debatida no Congresso) em um desafio simultâneo contra o sindicalismo e todo o arco opositor. Muitos dos opositores nem estão convencidos da eficácia da lei. Mas eles espreitam a oportunidade de infligir a primeira derrota política grande ao governo.

Clarín conta que a lei anti-demissões foi apenas uma saída imaginativa durante o governo de Eduardo Duhalde (janeiro de 2002 a maio de 2003), quando o país estava mergulhado em uma situação de emergência. Nasceu em um contexto de pacto político-social que contou com o guarda-chuva da Igreja católica. E teve um estímulo impossível de esconder: o pânico da sociedade e dos empresários a outro descontrole no país.

De acordo com o jornal argentino, o regulamento foi prorrogado várias vezes pelo ex-presidente Néstor Kirchner, que governou a Argentina entre 2003 e 2007, apenas como um envelhecido reflexo argentino. Naquela época não houve demissões e gerou-se emprego porque a economia começou a crescer, entre outras razões, por influência de uma situação internacional que alinhou os planetas a favor dos países emergentes.

“Não posso apoiar algo que estou convencido que é ruim para os argentinos. A arbitrariedade não funciona”, advertiu o presidente sobre o projeto impulsionado pela kirchnerista “Frente para la Victoria”, que contou no Senado com o apoio do peronismo não kirchnerista e da centro-esquerda.

Macri dirigiu uma mensagem a Sergio Massa, ex-candidato presidencial que exerce uma oposição moderada e que na segunda-feira (16) antecipou que seu bloco Frente Renovador (centro-direita) votará a favor da lei apoiada pelos sindicatos, apesar de sua sugestão de excluir as pequenas e médias empresas não ter sido aceita, finaliza Clarín.

Do Jornal Brasil