Ele também falou do que chamou de “meninices dos procuradores da Lava Jato, sugerindo que a “teoria do domínio do fato” deve valer também para o juiz Sergio Moro e para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“Eu não sei se o procurador geral da República (Rodrigo Janot) ou o Moro, eles têm um amigo que foi preso (…). Veio pedir desculpa na televisão, disse que ficou chateado, porque o procurador era amigo deles, queria fazer jantar com o procurador. Não sei se a teoria do domínio do fato cabe para eles ou se eles sabiam que o cara era ladrão”, provocou o ex-presidente.
“Só têm um jeito de [ os agentes do Ministério Público Federal] saírem dessa enrascada: é pedindo desculpas. (…)”, afirmou. “Eu não tenho desafiado a Justiça nem o Ministério Público porque é uma instituição que ajudei a fortalecer como deputado constituinte. O que tenho é contra as meninices dos procuradores da Lava Jato”, disse o petista, afirmando que o MPF está em uma “enrascada” por não ter provas contra ele. O discurso do ex-presidente foi recebido com aplausos pela plateia.
O ex-presidente fez as declarações logo após a senadora Gleisi Hoffmann ser eleita para presidir o PT até 2019. “Se tudo isso é para evitar que Lula seja candidato, que tratem de anunciar quem é o candidato deles”, afirmou. Em desafio aos procuradores, ele afirmou: “Porque como é que faz depois de dois anos e meio dizendo que o Lula era culpado, prendiam não sei quem e diziam que o Lula seria delatado? Já prenderam uns 700 e o máximo que estão conseguindo com as delações é alguém dizer que ‘eu acho que ele sabia'”, reforçou.
Lula ressaltou também que, em mais de dois anos de investigações, nunca encontraram prova de que ele tenha se beneficiado com o esquema de corrupção na Petrobrás. O ex-presidente então mencionou a teoria do domínio do fato, segundo a qual uma pessoa, mesmo não tendo praticado diretamente uma irregularidade, ordenou a ação.
Do Jornal do Brasil
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