Do JC Online

Possível candidato do PSB ao Planalto, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa é visto nos bastidores como um nome que afasta a possibilidade de aliança dos socialistas com o Partido dos Trabalhadores (PT).

Hoje, os partidos possuem alianças estaduais e podem voltar a se aliar em Pernambuco, onde o governador Paulo Câmara (PSB) pode ter os petistas em seu palanque na busca pela reeleição.

Ainda assim, na visão do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, não é necessária nenhuma “autorização” para que o partido siga com o projeto de lançar Barbosa.

“Não se trata de afastamento com o PT, em 2014 já tivemos candidatura própria. Temos nossa autonomia, somos um partido antigo e não precisamos de autorização de ninguém para tocar nosso projeto. Isso não quer dizer que não exista coligação local, isso é normal e são situações distintas. Mas o plano nacional precisa ter seu rumo”, comentou Siqueira em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta quarta-feira (18).

Barbosa ainda não anunciou oficialmente se será candidato, o partido quer fazer o nome e imagem dele chegarem às cidades de interior por meio das redes sociais. Alguns integrantes da legenda já começaram essa estratégia no domingo mesmo, quando divulgaram vídeo pelas redes sociais e WhatsApp contando a história pessoal e trajetória profissional do ex-ministro. Além disso estratégias locais criam resistência à candidatura do ex-ministro. Além de Pernambuco, onde o PSB pode andar com o PT, em São Paulo, Márcio França (PSB) quer apoiar Geraldo Alckmin.

Cabe lembrar que Joaquim Barbosa comandou o processo do ‘Mensalão’ no STF, que condenou uma das maiores lideranças do PT, o ex-ministro José Dirceu.

FALTA DE EXPERIÊNCIA

O presidente do PSB também foi questionado sobre a falta de experiência de Joaquim Barbosa na vida política. Também à Rádio Jornal, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, ironizou a possível candidatura do ex-ministro e disse que ele “não sabe nem o que é um orçamento público”.

Para Carlos Siqueira, um presidente tem que ficar atento às questões importantes ao País e terá técnicos que possam lhe ajudar. “O presidente não entra numa questão micro, ele precisa ter noção de crescimento de País. As grandes metas que devem ser a preocupação do presidente, ele não deve ser um técnico, os técnicos estarão disponíveis. Lula, por exemplo, não foi prefeito, nem vereador, e presidiu o País. Então acho que essa é uma visão caolha”, ressaltou.

Barbosa aumentou suas chances de ser o candidato do PSB à Presidência da República após os resultados da pesquisa Datafolha divulgada no domingo, 15, na qual ele apareceu em terceiro ou quarto lugar na disputa, oscilando entre 8% e 10% da média de intenções de voto.