Por Manu Silva, professora, militante do Coletivo Fuáh e Movimento Diverso, repórter do Farol de Notícias

Fotos: Reprodução / Publicado às 05h56  deste domingo (25)

Nos últimos dias a televisão pautou debates na internet, que por sua vez viraram uma enxurrada de comentários racistas. A polêmica surgiu a partir da modelo e proprietária de brechó, Yasmim Stevam, conceder entrevista a um programa global falando das dificuldades que enfrentou para encontrar emprego devido o seu cabelo.

Yasmin ostenta mais de 50 cm de cabelo crespo cheio de vida e volume. Sua participação no programa foi um mote importante para debater racismo institucional, em um país que 4,3 milhões de pessoas estão desempregadas (de acordo com dados do IBGE em 2017).

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Sempre ouvi falar em vitimismo dos negros, na última semana eu mesma fui chamada de vitimista, assim como a modelo foi. Engraçado, apesar das trajetórias diferentes, eu posso me considerar privilegiada nos espaços sociais. Ou seja, não preciso me vitimizar.

Yasmin e qualquer negra que fala dos preconceitos que sofreu não está pagando de vítima. E sim, refletindo o racismo institucional. Diversos sociólogos, antropólogos, historiadores, filósofos e teóricos de diversas áreas de pesquisa explicam o que é o racismo. Pesquisem!

“Quem te ensinou a odiar a textura do seu cabelo? Quem te ensinou a odiar a cor da sua pele de tal forma que você passa alvejante para ficar como o homem branco? Quem te ensinou a odiar a forma do nariz e a forma dos seus lábios??”, escreveu Stevam em sua rede social.

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Em tempos de livre expansão do empoderamento feminino e da divulgação das concepções feministas, não precisamos nos vitimizar. Em tempos de conservadorismo e livre expressão de preconceitos, precisamos lutar!