Do G1

Um passageiro passou mal a bordo de um cruzeiro, durante o desembarque no Porto do Recife, e, por causa de suspeita de transmissão do Sars-cov-2, o novo coronavírus, o navio foi isolado, nesta quinta-feira (12). O paciente, de 78 anos, é natural do Canadá e não teve o nome divulgado. O navio fica retido na capital até, pelo menos, o resultado do exame feito nele (veja vídeo acima).

Ele foi inicialmente diagnosticado com sinais de infarto, mas, ao ser atendido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), foram verificados sintomas semelhantes à Covid-19, doença causada pelo novo vírus. O paciente, que seguiu para o Hospital Português, na área a central do Recife, apresentava febre, tosse e dificuldade para respirar.

Também nesta quinta-feira (12), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou os dois primeiros casos de coronavírus em Pernambuco. Na quarta (11), a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia mundial de Covid-19 (veja vídeo acima)

A pasta informou que o navio, que tem bandeira bahamenha, atracou no Recife na manhã desta quinta, depois de sair de Salvador (BA). A bordo, estão 318 passageiros e 291 tripulantes. Todos, segundo o governo estadual, permanecerão em suas cabines.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi acionada para suspender, de imediato, o desembarque dos passageiros e solicitar às agências de turismo o retorno para o navio de todos aqueles que já tinham saído. Uma equipe da SES também foi deslocada para auxiliar na investigação.

O cais em que o navio atracou também foi isolado pelo Porto do Recife. Como medida de prevenção e controle sanitário complementar, também foi proibido que o lixo da embarcação fosse descarregado.

O navio, segundo o Porto do Recife, deixaria o porto às 23h. Agora, segundo a Anvisa, o navio fica retido até sair o resultado do exame do idoso atendido. Só assim a situação poderá ser reavaliada.

Protocolo

De acordo com a SES, antes de um navio atracar, deve ser emitida uma “declaração de saúde”, por meio da qual a Anvisa tem acesso a casos atípicos como febre ou diarreia a bordo.

Após isso, os passageiros podem desembarcar. O relatório também é disponibilizado pelo comandante do navio aos órgãos anuentes, como Capitania dos Portos, Receita Federal e Polícia Federal, cerca de 24 horas antes do horário previsto de chegada da embarcação.

Em um caso suspeito, o comandante do navio deve providenciar a lista de viajantes com identificação de função, cabine, possíveis contatos a bordo, escalas e conexões.