Conheça o perfil de força da 1ª chaveira de ST

Fotos: Celso Garcia/Farol

Publicado às 17h07 desta terça-feira (8)

Aplausos para as mulheres que lutam e conquistam o espaço que desejam. Um destes salves vai para Maria Zélia Medeiros Rodrigues, 48 anos, mais conhecida por ‘Dona Zélia’ moradora do bairro Vila Bela, em Serra Talhada. Ela é esposa, mãe e avó de dois netos e se destaca no bairro cultivando a admiração de muita gente pela sua profissão de chaveira, em que atua há mais de 25 anos. Dona Zélia foi a primeira mulher que se tornou chaveira em Serra Talhada. Ela prendeu o ofício com o esposo, que também foi o pioneiro na cidade.

O casal trabalhou junto durante uns 20 anos, mas há 5 anos a chaveira assumiu o serviço sem o companheiro devido ele ter desenvolvido problemas de saúde que não permitiram mais o trabalho. Antes, eles tinham duas lojas, Zélia ficava na da Avenida Miguel Nunes de Souza e o esposo na do Centro, porém após o problema de saúde do companheiro, fecham a da Miguel Nunes e ela fiquei apenas no Centro.

”Eu não tenho curso de chaveiro, aprendi tudo com ele durante o tempo que somos casados, 34 anos, agora estou seguindo e espero que meu filho depois siga também. Eu gosto mesmo é de fazer as chaves, abrir casas, comércio, carros é mais complicado, às vezes, dependendo do horário eu passo para meu rapaz fazer, mas também faço. O maior obstáculo que eu tive foi passar quase o Natal abrindo uma porta de residência, mas deu certo, depois de uns 40 minutos. O cliente ligou para mim e eu não podia deixar no meio da rua na noite de Natal, estavam muito aperreados, mas graças a Deus deu certo”, revelou a chaveira, contando a aventura.

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PRECONCEITO E MOTIVAÇÃO

Além do obstáculo durante o atendimento na noite de Natal relatado pela profissional, ela também vive o drama da desvalorização do seu trabalho quando precisa fazer serviços mais complexos como abertura de residência e automóveis, simplesmente por ser mulher.

”Geralmente, os homens não valorizam o trabalho, quando a mulher vai numa residência ou carro para abrir e cobra um valor, as pessoas acham que a gente está extrapolando, mas na realidade não é. Não sabem dar o valor essencial, por isso às vezes até evito ir e mando meu rapaz porque não dão valor a profissão da gente. O mesmo trabalho, se for feito por uma mulher, para as pessoas tem menos valor, já aqui não acontece isso, me elogiam pela minha profissão”, disse acrescentando:

”Me sinto privilegiada por ser uma chaveira, não tem só eu na cidade, tem uma amiga minha que também faz, mas me sinto privilegiada por ser a pioneira. A mulher tem a capacidade de exercer qualquer profissão, querendo ela é capaz de fazer qualquer coisa. Não desistam de lutar pelo que querem. Parabéns para todas nós no dia de hoje”, concluiu Dona Zélia aconselhando.

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