O FAROL DE NOTÍCIAS quis saber como foi o dia das crianças para cerca de 50 meninos e meninas do assentamento Sem-Terra Virgulino Ferreira, localizado às margens da barragem de Serrinha, na zona rural de Serra  Talhada. No local, não houve festas, animação e nem presentes.

Apenas algumas brincadeiras realizadas na escola do Poço da Cerca, dentro do acampamento, ainda na terça-feira (11), distraíram as crianças.  Pais e mães reveleram ao FAROL que o dia foi mesmo de frustação. Parcela dos assentados ainda vive em função do programa bolsa-família e das promessas de um projeto de reforma agrária que continua só no papel.

“Não temos quase nada por aqui. Ainda há residências sem energia elétrica e estamos cansados de esperar pelo Incra, no que se refere a liberação da verba de fomento. Vivemos praticamente para subsistência”, disse Roziane SIlva, agricultora e mãe de dois filhos. “Não pude dar nada aos meus filhos. Fui cobrada. Mas  fazer o  quê” ? perguntou Roziane sem saber exatamente a resposta.

A ocupação da  barragem de Serrinha ocorreu na década de 90. Neste período, os agricultores passaram por dois governos do PSDB e por dois governos do PT. Ambos se domonstraram incompetentes na questão de avançar as discussões sobr a reforma agrária no semi-árido. Em outa ocasião, o ex-presidente Lula chegou a visitar o então acampamento Virgulino Ferreira em 1994 e o tucano FHC chegou a inaugurar o novo “bom” momento da barragem de Serrinha, com a presença do deputado Inocêncio Oliveira.

 O retrato atual do acampamento reflete a incompetência de dois governos siameses. Na ponta, um povo que ainda vive de migalhas e de favores políticos. Pior para as crianças, que sequer tiveram o sagrado direito de ususfruir dos novos tempos. Ou melhor, do discurso eleitoreiro de dois governos que utilizam o povo como massa de manobra.