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Fotos: Farol de Notícias / Manu Silva e Jamilys Nogueira

A cada intervalo de 28 horas um cidadão ou cidadã homossexual é assassinado no Brasil, já em Serra Talhada, o machismo é motivado historicamente pela herança patriarcal e coronelista. Pensando nisso, a comunidade de jovens LGBTs da cidade está se organizando em um movimento político-social pela visibilidade, defesa dos direitos e contra os preconceitos. Nesta terça-feira (28) é comemorado o Dia Mundial do Orgulho LGBT, e o FAROL recebeu a visita de lideranças do Movimento Diverso, que falaram sobre experiências pessoais de homofobia, a relação com a família e o trabalho e os objetivos do movimento.

Eles nos relataram casos de preconceito na escola e na família, mas a partir da universidade se sentiram fortalecidos para assumir sua orientação sexual. A estudante Ariane Santos, 19 anos, disse que sua família não aceita. “Meus pais são muito religiosos e conservadores, me veem como um diabo. Eu me assumir lésbica perante a sociedade e minha família é difícil”. Para Victor Fernandes, 23 anos, pesquisador do IBGE, o Diverso surge como necessidade de organização. “Falta muito isso em Serra Talhada. A população não respeita os
movimentos. Os gays querem falar sobre política, sobre a inserção dos LGBTs na sociedade”.

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O artista Robson Farias, 27 anos, é assumidamente Drag Queen e afirma que as pessoas não compreendem a transexualidade e reproduzem estereótipos. “Tenho várias personagens e me inspiro na literatura, sou formado em Letras. Faço a Quitéria Paggu, Valentina, Alice, Frida Kalo, mas a minha principal inspiração é o meu tio. Faço eventos e esse é um trabalho artístico como outro, as pessoas sempre ligam a transexualidade à prostituição e não tem nada a ver. Nunca fui recriminada enquanto estava montada, mas a homofobia é muito forte e o movimento vem para quebrar com esses preconceitos”, finalizou.

SEJA DIVERSO

O Movimento Diverso realizará uma atividade em alusão ao Dia do Orgulho LGBT no Museu do Cangaço, dia 9 de julho, a partir das 19h. Além de apresentar formalmente os objetivos, as lideranças esperam somar forças para lutar por representação política e participação ativa na sociedade de Serra Talhada. “Convocamos a população a fazer parte do movimento, seja diverso”, convidou Robson Farias. Acompanhe o Diverso no Facebook.

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“Fazer parte do movimento me ajuda a ajudar os outros que estão se assumindo e a lutar por meus direitos”, disse Ariane Santos

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“Na Casa Rosa, uma república de estudantes da Uast, eu tive contato com diversos gays e isso me ajudou a me reconhecer”, enfatizou Victor Fernandes

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