Jorge Luz e Bruno Luz, alvos da 38ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (23), estão fora do país e são considerados foragidos, segundo a Polícia Federal. Segundo a força-tarefa, os alvos são operadores financeiros ligados ao PMDB.

Pai e filho estariam no exterior e possuem dupla nacionalidade, de acordo com informações do Ministério Público Federal. A Polícia Federal informou que um dos acusados está desde agosto do ano passado nos Estados Unidos e que “o outro saiu do país em janeiro deste ano”.

“As prisões foram decretadas para garantia de ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, tendo em conta a notícia que os investigados se evadiram recentemente para o exterior, possuindo inclusive dupla nacionalidade”, disse o procurador Diogo Castor de Mattos, que integra a força-tarefa da Lava Jato.

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Mattos afirmou que os nomes de Jorge Luz e Bruno Luz já foram incluídos na lista de procurados da Interpol e que as autoridades brasileiras já estão em contato com as estrangeiras para saber o paradeiro dos acusados, inclusive para solicitar a extradição deles. 

“São dois operadores de extrema relevância, talvez os maiores do esquema da Petrobras, mais ligados ao PMDB. Isso demonstra que as investigações [da PF] atingem pessoas de todos os partidos políticos”, afirmou.

Operação Blackout

O nome da nova etapa, Blackout (“apagão”, em português), foi baseado no sobrenome dos alvos. Também foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão. De acordo com a instituição, os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, entre outros.

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Segundo a PF, os acusados são suspeitos de intermediar propina “de forma profissional e reiterada” na diretoria Internacional da Petrobras, com atuação também nas diretorias de Serviço e Abastecimento da estatal.

Os mandados tiveram como base os depoimentos das delações premiadas, documentos que comprovam, segundo a força-tarefa, pontos apresentados nas delações, além de provas obtidas por intermédio de cooperação jurídica internacional. As delações apontam que os valores pagos variaram de US$ 300 mil a até US$ 6 milhões, segundo Mattos.

No primeiro depoimento ao juiz federal Sergio Moro como delator da Operação Lava Jato, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, acusou o então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de envolvimento em irregularidades na contratação de navios-sonda da estatal.

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Cerveró afirmou que Jorge Luz tinha sido “o operador que pagou US$ 6 milhões” referentes à sonda Petrobras 10.000, contratada junto à multinacional Samsung Heavy Industries. “Foi o Jorge Luz o encarregado de pagar o senador Renan Calheiros, o senador…”, disse. O pagamento teria sido feito na contratação do navio-sonda, o que aconteceu em 2006.

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