Do Diario de PE

O site The Intercept Brasil junto com a revista Veja analisaram mensagens inéditas do ministro Sergio Moro. Alguns trechos da conversa já foram divulgados ao longo do mês de junho e geraram polêmica por todo o País.

Na parceria, foram analisadas 649.551 mensagens. Nas conversas publicadas pelo The Intercept Brasil, Moro mandava acelerar ou atrasar algumas operações e pedia a inclusão de provas em processos que não estavam, ainda, em sua responsabilidade.

Algumas conversas do Telegram foram publicadas pelos sites.

1) Diálogo entre Deltan Dallgnol e Laura Tessler

Dallagnol, chefe da força-tarefa na época, informa a procuradora Laura que Moro alertou sobre uma informação que estava faltando na denúncia do réu Zwi Skornicki (acusado de pagar propina a ex-funcionários de um estaleiro do Estado). A informaçãofoi incluída no dia seguinte.

2) Moro pede manifestação do MPF

A segunda conversa relata a cobrança de Moro, em 28 de abril de 2016, sobre a manifestação do MPF em relação ao pedido de revogação de prisão preventiva de José Carlos Bumlai. Dallagnol responde que irá providenciar.

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Na sequência, em 12 de junho de 2017, Moro questiona Dallagnol sobre rumores da delação de Eduardo Cunha. O juíz se mostra contra ao acordo, mesmo precisando obter um posicionamento imparcial.

3) Delegada da PF Erika Marena

Em outra conversa, entre o procurador Athayde Costa e um interlocutor que não foi identificado, que segundo a VEJA, seria a delegada da PF Erika Marena; O procurador questiona onde está o documento apreendido com Flávio Barra, preso pela Lava Jato, e a delegada responde que esqueceu de incluir o arquivo no processo eletrônico, porque Moro pediu para “não ter pressa”.

5) Mais um episódio: Moro e Dallagnol

Em diálogo entre Moro e Dallagnol, o atual ministro cobra o procurador sobre a data de manifestação do MPF para um habeas corpus impetrado pela Odebrecht. Deltan diz que ficará pronto em um dia, mas acaba se atrasando e sugere enviar uma provisória para que o juiz consiga preparar a decisão.

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6) Prisão de Carlos Bumlai

Na sexta conversa divulgada pela parceria entre The Intercpet/VEJA, o procurador Paulo Galvão e o procurador Roberson Pozzobon discute sobre a realização de uma operação que deveria acontecer até novembro, por um pedido de Moro, para que a denúncia fosse apresentada até o fim do ano. A operação foi realizada e acabou na prisão de Carlos Bumlai. Moro aceitou a denúncia apenas um dia depois do MPF divulgar a apresentação.

7) Grupo PF-MPF LAVA JATO 2

O último diálogo divulgado, ocorreu em um grupo chamado “PF-MPF LAVA JATO 2”. Os interlocutores não foram identificados, mas a VEJA disse ser o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima e o delegado da PF Igor Romário. Segundo a conversa, Moro teria sugerido a data de realização de operação do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva.

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Em nota, o ministro diz não reconhecer a autenticidade de supostas mensagens obtidas pelo portal. Confira na íntegra

Audiência na Câmara

Na última terça-feira (2), o ministro Sérgio Moro foi convidado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para explicar diálogos publicados pelo The Intercept Brasil, o ministro disse não reconhecer a autenticidade das conversas com o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Delton Dallagnol, e outros procuradores.

“Há uma tentativa criminosa de invalidar condenações”, insistiu ele. “Se, durante as investigações da Lava Jato, eu tivesse deixado a corrupção florescer, não sofreria esses ataques. Qual foi a mensagem que revela que tem inocente condenado? Que inocentes?”, provocou.