O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) registrou, até segunda-feira (20), 1.062 candidatos nas Eleições de 2018 no estado.
O número representa um acréscimo de 40,47% em relação a 2014, quando foi realizada a última disputa para governador, senador e deputados estaduais e federais.
Considerando as variações entre uma eleição e outra, é o maior índice desde as eleições de 2002 para esses cargos.
Em 2018, Pernambuco conta com sete candidatos a governador, sete candidatos a vice, 347 a deputado federal, 665 para deputado estadual, além de 12 candidatos a senador. Com relação aos últimos, cada candidato deve ainda indicar dois suplentes ao cargo, o que representa ainda mais 24 nomes na disputa.
De acordo com a cientista política e professora universitária Priscila Lapa, o desânimo do eleitorado e as mudanças no tempo e no financiamento das campanhas não ajudavam a prever esse aumento.
“Eu enxergo que a fragmentação das alianças políticas, com a realização de coligações menores, e o desinteresse do eleitorado, representou uma sensação de nivelamento, com as pessoas achando que têm mais chances de se eleger e os partidos, de emplacar novidades”, afirma.
Para Orson Lemos, assessor da corregedoria do TRE-PE, a necessidade dos partidos em conseguir ter representantes no Congresso Nacional para ter acesso a uma fatia maior do Fundo Eleitoral também contribuiu para esse crescimento.
“Os partidos podem ter entendido que lançar mais candidatos aumentaria as chances de atingir o quoeficiente eleitoral e eleger representantes da legenda”, diz.
Priscila Lapa também concorda com essa hipótese. “Uma das determinações da Justiça Eleitoral é que 30% das chapas sejam compostas por mulheres. Mas nem sempre essa determinação é cumprida. A novidade desta eleição é que pelo menos 30% da verba do fundo eleitoral seja investida nas campanhas das candidatas mulheres. Esse fator pode ter ajudado a subir esse número”, explica.