Publicado às 15h deste domingo (8)

FOTOS: Max Rodrigues/Farol

Por Clayson Cabral, especial para o Farol 

A profissão de ferreiro, umas das mais antigas da humanidade que há séculos auxiliava fazendeiros na confecção de armas, espadas e machados, nos dias atuais, por incrível que pareça, ainda é muito requisitada. Especialmente em pequenos vilarejos e municípios, a figura do ferreiro tem ainda grande valor.

A reportagem Farol conversou com o ferreiro e (nos permita o neologismo) ‘engenhoqueiro’ Fabiano José de Souza, de 42 anos, popularmente conhecido como ‘Cabaré’ ou ‘Cabura Mobral’. Ele nos conta um pouco sobre essa profissão que exige paciência e força física.

Carismático e com muito orgulho de seu oficio ‘Seu Fabiano’ detalha que as ferramentas que faz em sua oficina pertenciam a seu pai o Sr. José Antonio de Souza, mais conhecido com “Zé Mobral”. Devido a idade avançada de 84 anos, ele deixou a atividade para ‘Seu Fabiano’.

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“O batente eu começo às 6 horas ou 6h30. O meu dia a dia é no fogo mesmo, é na fornalha, nós éramos do sítio e meu pai passou a sua sabedoria pra mim e cresci e me criei aqui mesmo na oficina com ele… aí fui aprendendo com o tempo é um negócio que já vem de família”, lembra ele.

A oficina localizada na Rua José Olavo de Andrada, no Centro, é muito voltada para homem do campo na fabricação de ferramentas em geral como foices, enxadas, picaretas, chibancas e alavancas. A clientela é fiel, formada em maioria de pessoas da zona rural.

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“A clientela é fiel sim, tem gente que deixa uns fiados aqui, mas acaba voltando e é exigente. Às vezes por que tem ferramentas que eu mesmo crio como essa aqui a guilhotina de cortar chapa, uma vez ou outra eu crio uma arte na oficina. Nada se perde eu aproveito tudo, deixo tudo novo. A sucata chega aqui eu desmancho faço uma obra, novas ferramentas e sai com um preço mais em conta. A fornalha aqui se eu deixar ela não se apaga nunca eu aproveito já para outro dia”, relata.

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O POR QUÊ DE “CABARÉ”

A equipe do Farol de Notícias perguntou, encerrando a entrevista de forma descontraída, o porquê do apelido “Cabaré” ou “Cabura Mobral”, a Fabiano. Com muito bom humor, ele revelou:

“Antes de eu trabalhar na oficina dele, meu pai me botou para vender picolés. Aí numa certa rua daqui da cidade tinha uns bares de brega e as mulheres me chamavam lá pra eu ia vender o picolé lá dentro do brega”, afirmou o ferreiro, relembrando:

“Quem passava pelos bares e me conhecia dizia: ‘Ei menino…sai logo daí cabaré…!!!’ Aí pronto, pra não chamarem cabaré, chamava Cabura Mobral, e olhe que apelido de oficina pega”, disse o ferreiro.