Foto: Farol de Notícias/Max Rodrigues

Publicado às 03h23 desta terça-feira (21)

Por Clayson Cabral, especial para o Farol

A nova geração está empolgada com a inauguração do primeiro shopping center de Serra Talhada, que deve ser entregue no dia 12 de março com três salas de cinema. Entretanto, as três, juntas, não chegariam aos pés da capacidade de público dos cines Art e Plaza, desativados há décadas na cidade.

O primeiro, funcionava na Concha Acústica, e o outro abria as cortinas na Agostinho Nunes Magalhães, via que chegou a ser batizada como ‘Rua do Cine Plaza’. Parece impossível de imaginar, mas nas décadas de 1970 e 1980 existiam filas e filas nas calçadas do Centro de Serra Talhada para prestigiar a ‘sétima arte’ nestes dois locais. Relíquias que só o tempo e a memória parecem guardar.

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Um destes tesouros ainda está vivo, brilhando como um filme de estreia, na mente de Givaldo Mendes de Souza, 70 anos. Ele é morador do bairro Bom Jesus, e trabalhou nos dois cinemas. ‘Seu Givaldo’ é, como os cines Arte e Plaza, uma relíquia humana. Ele conversou com o Farol e revelou grandes recordações daquela época.

“Trabalhei em dois grandes cinemas, no Cine Art, fiquei por 10 anos e cabia umas 400 pessoas. Comecei como faxineiro e depois de tanto ver os outros funcionários, aprendi e passei a trabalhar sozinho como operador, depois fui pro Cine Plaza, passei 37 anos, nessa época, eu lembro que também anunciava os filmes no meu Jipe com 2 cornetas de som e eu saia na ruas de Serra Talhada por tudo que era buraco dia sim e dia não”, recorda.

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Givaldo também lembra dos filmes de sucesso que mais anunciava em seu Jipe, do gênero faroeste como “Rio Vermelho” com o ator John Wayne e “Duelo ao Sol” com Gregory Peck. “Antes de entrar no cinema trabalhei como sorveteiro durante 5 anos e depois fui convidado a trabalhar e adorava lá e ainda adoro. Se voltasse seria uma maravilha, nada se compara ao cinema popular e era frequentado toda a noite”.

“No Plaza, dava 1.100 pessoas para 980 cadeiras”, disse o setentão cinéfilo, puxando a memória. “Era fantástico. Encerrei as atividades em 1980. Na época, o cinema tinha perdido espaço para a novela da Globo Dancin Days de 1978, por causa da audiência que crescia muito”.

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Cine Art onde hoje é o espaço Maria’s Recepções, na Concha Acústica