Publicado às 05h52 deste domingo (6)

O “Viagem ao Passado” deste domingo resgata a história de um dos personagens mais marcantes da história de Serra Talhada, como professor, músico e fundador de um dos espaços mais importantes para a vida social e cultural dos serra-talhadenses, entre o final da década de 1970 até meados dos anos de 2016. A foto acima destaca Antônio Nogueira dos Santos, o popular Seu Nogueira, que fundou o clube O Batukão em 1978.

Na imagem é possível ver uma placa com os seguintes dizeres: “Clube Campestre O Batukão do Véio Nôga”. O clube foi erguido na propriedade da família Nogueira, em um período que só existiam nas proximidades algumas poucas casas e sítios, além do estádio O Pereirão. No entorno também havia a antiga pista do campo de pouso de aviões.

Os bairros da AABB e Várzea também não constavam no mapa da cidade. Bem em frente aonde hoje está instalado o prédio da CIRETRAN, na Avenida Custódio Conrado, cercas de aveloz delimitavam o tamanho da estrada de terra, que durante o período de chuvas era alagada. Curiosamente a rua foi calçada e o problema de drenagem não foi resolvido.

AS FESTAS

Inicialmente as festas no Batukão eram realizadas em uma palhoça, mas com o passar dos anos, tendo a frente Biu Nogueira, e a colaboração de toda a família, o clube se tornou um dos maiores do interior de Pernambuco, com uma estrutura de palco e espaço físico de fazer inveja às melhores casas de shows das grandes cidades.

Ao longo de quase quarenta anos, o Batukão recebeu grandes nomes da música popular brasileira, como Zé Ramalho, Alceu Valença, Reginaldo Rossi, Leandro e Leonardo, Daniel, The Fevers, Amado Batista, José Augusto, Assisão, Mastruz Com Leite, até o palhaço/deputado Tiririca, entre tantos outros nomes que fizeram a alegria dos serra-talhadenses e da população das cidades vizinhas. Um dos shows de menor repercussão entre os frequentadores do clube foi o do cantor Paulo Ricardo, ex-RPM, em 1999, na época ele vivia uma fase de ostracismo na cena musical do país.

Antes de ser vendido, o Batukão abriu espaço para uma apresentação histórica de uma jovem cantora, que fazia na ocasião a sua primeira apresentação no estado de Pernambuco. Em dezembro de 2015, Marília Mendonça lotou o clube como se anunciasse para o mudo que estava chegando para assumir a sua coroa de rainha, e como se fosse uma forma de começar a dizer adeus ao “clube do Véio Nôga”, ainda que a velha palhoça esteja de pé e preservada.

De tudo e de todos ficaram sempre as lembranças. Dos reis e rainhas da música, das festas, dos encontros, das amizades e das noites inesquecíveis! O que fica são os sentimentos de gratidão a Seu Nogueira e família, e uma saudade ‘arretada’ do velho Batukão!