Por Alejandro García, repórter fotográfico do Farol

Lembro que quando criança tinha nos restaurantes e bares uma plaquinha dizendo: “É proibido cuspir no chão” Em espanhol, claro, porque eu não vivia no Brasil nesse tempo. E junto com a lembrança me chega também um sentimento; eu pensava ao ler aquilo: mas, é preciso avisar que não pode? De fato, se tinha sido colocada em tantos lugares devia ser costume fazer essa porcalhada. Nunca vi ninguém fazer isso, acho que a plaquinha mudou o costume. Deve ter sido um hábito anterior a minha percepção do mundo.

Hoje, sendo afetados por hábitos novos que nem percebemos ter adquirido, continuamos com outros velhos hábitos que já era hora de descartar. Volto a falar do despejo do lixo doméstico fora de hora e em qualquer lugar. Esse hábito nos distancia das sociedades civilizadas atuais. Na idade média era comum jogar pela janela o conteúdo dos penicos e outros dejetos domésticos. Hoje não acontece mais. Mas nós teimamos em jogar lixo fora de casa sem nos importar onde vai parar. Muito errado.

INVESTIMENTO

Serra Talhada vai receber um investimento de R$30 milhões numa usina de reciclagem do lixo e pode chegar a ser a Capital da Reciclagem do Lixo. E do jeito como nós nos comportamos, as ruas vão continuar com sacos de lixo espalhados ou jogados em qualquer lugar. No centro e nas periferias. Na AABB e no Mutirão. Uma porcalhada democraticamente preservada.

Fiquei esperando um sinal de que alguém na prefeitura estiver disposto a conversar sobre uma campanha educativa, mas o silêncio do governo nesse sentido foi diferente ao barulho das respostas quando recebe alguma crítica. Mandei uma mensagem ao setor de comunicação, mas fui tratado com a mais absoluta indiferença. Pena, pois desse modo não vamos ser chamados Capital da Limpeza ou coisa assim. E pior, a saúde da população, a nossa, vai sentir os efeitos dessa culposa falta de consciência.